Vingadores: Ultimato é um filme que explode sua mente e ainda coloca provocações para você sair com mais consciência. (Foto: Divulgação)
ATENÇÃO, texto contém SPOILERS da trama do filme. Esteja avisado!
Na última quinta-feira (25), Vingadores: Ultimato entrou para a história com a maior bilheteria de todos os tempos. O filme arrecadou mais de US$ 1,2 bilhão só no primeiro fim de semana e é a culminação de 11 anos e 22 filmes conectados e o penúltimo desta Era (já que o último é o Homem-Aranha que estreia em alguns meses). O longa é emocionante e traz mensagens necessárias e simbólicas para os tempos de hoje.
A apresentação do primeiro personagem abertamente gay
Durante a primeira meia hora do filme, somos apresentados à um mundo devastado após o estalo do vilão, Thanos. Inspirado (talvez) pelo companheiro Falcão, que fazia grupos de terapia para ajudar pessoas a lidarem com traumas, o Capitão América, desta vez, realiza esses encontros afim de ajudar quem ficou.
Nesta cena, temos o relato de um personagem, vivido por Joe Russo, um dos diretores do longa, que narra o primeiro encontro que teve com uma pessoa após o evento que dizimou metade da existência do universo. Durante o seu relato, somos contextualizados que o encontro do personagem em questão é com uma pessoa do mesmo sexo que ele, em que ambos ainda estão muito sentidos por tudo e se emocionaram, um antes da chegada da janta e outro após a sobremesa.
Com isso, temos a apresentação, pela primeira vez, de um personagem abertamente gay em um filme do Marvel Studios.
A cena com (quase) todas as heroínas lutando contra o vilão
Durante a batalha épica do longa, em que reúne todos os heróis e heroínas do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), temos uma cena muito simbólica e que evoca a representatividade e emponderamento feminino.
A cena, em questão, é a reunião de todas as heroínas lutando para impedir Thanos. Temos a força feminina da: Vespa, Resgate (Pepper Potts), Valkyria, Okoye, Feticeira Escarlate, Nebulosa, Capitã Marvel, Mantis, Shuri e Gamora.
A única que não protagoniza a cena é a Viúva Negra, devido ao seu desfecho. Entretanto, vale lembrar que a heroína protagonizou uma cena similar em Vingadores: Guerra Infinita, em que juntamente com a Okoye e a Feiticeira Escarlate, se juntou no embate contra uma das filhas de Thanos, a Próxima Meia-Noite.
A cena da Feiticeira Escarlate dando um pau no Thanos
Ainda falando sobre representatividade e emponderamento feminino, se teve alguém que foi com sede de vingança no filme, uma delas foi a Wanda Maximoff (aka Feiticeira Escarlate).
Após perder seu companheiro, o Visão, de maneira trágica, a heroína voltou disposta a se vingar pelo que Thanos fez a ela em Guerra Infinita.
Destaco essa cena por apresentar a magnitude e força feminina que esta personagem possui. Tanto em Guerra Infinita, quanto em Ultimato, a personagem se provou muito poderosa e dona de convicções que, acredito eu, fizeram a mulherada vibrar e se sentirem representadas.
Uma personagem negra e lésbica assumindo o trono de toda uma população
Outra cena que carrega uma simbologia muito significativa é quando Thor é questionado pela Valkyria sobre como ele irá reinar na Nova Asgard. Enquanto ambos observam a nova terra natal, Thor relata que ele não nasceu para ser rei, que não leva o menor jeito para isso e que existem outras pessoas mais aptas para tal e direciona o olhar calmamente para a Valkyria.
Sem acreditar em um primeiro momento, ele explica os motivos pelos quais ele acredita que ela é a pessoa para ser a rainha da Nova Asgard. Encorajada pelo amigo, ela aceita e reage dizendo que ela será uma rainha dura e compromissada.
A cena é rica devido a dar um posicionamento protagonista a personagem que teve sua orientação sexual sutilmente apresentada em Thor: Ragnarok e, também, por ela ser uma personagem negra.
A passagem do manto de um dos principais heróis para um herói negro
E fechando a lista, temos uma das últimas cenas do filme que traz a passagem do manto do Capitão América para o Falcão.
Após o Professor Hulk explicar onde o Capitão América precisa deixar as jóias ao voltar no tempo, ele, juntamente com o Soldado Invernal e o Falcão, aguardam a ida do capitão que voltaria cinco segundos depois.
Porém, ele não volta como planejado e eles se desesperam, mas o Soldado Invernal nota uma pessoa sentada de costas próxima eles. Ambos se aproximam e então é revelado que é o Capitão, já na sua idade avançada.
Após um breve diálogo, o Capitão mostra seu escudo e explica que o Falcão é a partir de agora o Capitão América. A cena em questão é emocionante por trazer um herói negro carregando, a partir de agora, o manto de um dos principais heróis da Casa das Ideias.
Em tempos de conservadorismos, ataques extremistas, homofóbicos, xenofóbicos e racistas infelizmente ganhando holofotes, esses momentos de um filme de herói que mostram caminhos e são necessários para um mundo mais justo e de empatia. Pois é trazendo assuntos como representatividade e igualdade de gênero à tona que passamos a entender e respeitar o mundo e torná-lo um lugar melhor.
E você, acredita que têm mais cenas tão sensíveis e representativas como estas? Qual sua cena preferida? Deixe aí nos comentários!