Parei para analisar ontem a noite as “atividades” que fiz nesses primeiros oito meses do ano. Percebi que, só em 2015, eu já fiz muita coisa: já amei (amei também, já desanimei), odiei, tentei, desisti, insisti, fugi, voltei, lembrei, esqueci… Em cada uma delas, um sentimento “imediato que eu tinha” se extinguiu: a culpa. Sempre que tomava determinada ação, ela vinha – e, hoje, já não a vejo mais. Será?
Parando para pensar mais calmamente, percebi que a culpa não tirou férias. Pelo contrário, ela se ampliou, se espalhou, se tornou onipresente quase que em todas as ações, mas se fazendo visível apenas de uma forma: quando eu olhava pra mim mesmo e me analisava.
Esta análise consome. E acaba trazendo o seu pior. Potencializa alguns defeitos, diminui as vitórias e qualidades. E traz um desânimo que, para uma pessoa como eu, é certeiro – tanto que este texto quase não saiu.
A culpa traz um vazio, que somos incapazes de prever sua extensão. É como um veneno que vai corroendo e, por mais que tentemos, ele parece já ter definido nosso destino. Parece. Só parece.
Não existe um tutorial para eliminar a culpa, mas existem saídas: você se fazer mais forte que ela.
Ontem mesmo, eu tive que pedir perdão. Não a alguém (também) ou a uma situação ou algo nesse tipo, mas a mim mesmo: por ter sido um babaca por vários meses.
A culpa não é como aquele trabalho da faculdade ou aquele favor que você tá devendo faz tempo. A culpa e o tempo andam juntos. Então, sempre que puder, se livre dela. E seja livre.