Atenção: este texto é completamente passional e não tenho a mínima intenção que não seja.
Foto: Divulgação.
Já tem alguns anos que conheci Dani Black. Acho que foi por causa do 5 a Seco, sinceramente, não lembro. Mas eu amo o 5 a Seco e também acompanho este coletivo há alguns anos, Dani fez parte da primeira formação, no lugar dele hoje temos o Leo Bianchini, que, olha só, no 5 a Seco é o meu favorito. Foi amor à primeira nota.
A voz que floreia entre graves e agudos numa rapidez e eficiência incríveis, os arranjos que têm os batuques brasileiros e uma coisa que aqui e ali me lembram os clássicos me tomaram de vez. Eu sou o tipo de pessoa que me enrolo, eu me confundo, às vezes sou prolixa e tenho tendências a exagerar – pra menos ou pra mais – em quase tudo que faço e talvez porque eu não seja uma pessoa tão “simples”, eu me apaixono por aquilo que é.
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Na literatura, por exemplo, meu “poetinha” favorito é o Mario Quintana, que com poucas palavras consegue dizer uma infinidade de coisas em seus quintanares, como carinhosamente chamamos seus versinhos.
Na música, Dani Black tem um jeito de, assim como Quintana na poesia, não enrolar muito. Você não precisa fazer um sobre-esforço pra entender o que ele quer te dizer, pra entender as imagens que a música vai te fazendo ver. Se é sobre sexo, amor, paixão, amigos ou simplesmente o cotidiano: você vai perceber. E isso de ser simples com tão pouco, todos nós sabemos, é complexo.
Mas a “complexidade” de Dani Black é quase uma mágica, ele cria como se bebesse água! É bem verdade que eu possa estar exagerando e se ele ler isso aqui deve pensar: “mas que louca, produzir dá trabalho pra caramba!”, no entanto, se “natural” não for a palavra adequada para eu utilizar sobre o quanto tudo parece transbordar com certa facilidade de sua boca pros nossos ouvidos, não sei que outra usar. O ouvido dele é um alquimista impetuoso, os versos saem com tranquilidade e as “brincadeiras” que vez ou outra ele faz nas redes sociais de criação musical são fascinantes. Fico horas vendo e revendo como tudo parece ser tão fácil, tão dele.
Acompanho a distância, como fã, o trabalho do Dani Black, que pra mim é como terapia. Em tempos de dor, em tempos de alegria, ele tem uma letra pra cada sentimento angustiante ou efusivo dentro de mim e é sempre como se fosse um grande amigo conversando. Eu já chorei (eu só vivo chorando), eu já sorri, já vibrei, orei, meditei, agradeci ouvindo Dani Black.
Talvez seja genético. Dani Black nasceu em um berço musical forte, filho da Tetê Espíndola (conhecida como dona de uma das vozes mais exóticas da música brasileira) e de Arnaldo Black, compositor. Dani, desde a infância, está cercado por artistas sensacionais. Não à toa musas como Gal Costa, Zélia Duncan e Elba Ramalho têm músicas desse artista em suas cartelas sonoras de peso!
Na vida, a gente tem que aproveitar algumas das oportunidades sensoriais e espirituais que nos são dadas. Eu considero acompanhar o trabalho do Dani uma dessas experiências que transcendem o fato de saber decoradas todas as letras do que ele canta. É bom ouvir algo e sentir que vocês estão vivendo o “mesmo tempo” (afinal ele não é tão mais velho que eu), vendo as mesmas coisas doidas acontecendo. Talvez por isso a identificação seja quase que imediata (claro que o fato de ele ser sagitariano deve ter algo a ver também!).
Não sei nem dizer como fiquei ao saber que ele estará aqui daqui a algumas semanas. Uma das principais atrações do Lençóis Jazz e Blues Festival ♥ Já não canso de falar dele e quero te convencer a ir a vê-lo ao vivo não só pra prestigiá-lo, mas também para fazer público em um dos festivais mais bonitos e bem organizados que temos.
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Não te preocupa que considero uma missão minha na Terra espalhar o som desse cara por onde eu for, falar o quanto ele é incrível. Vem comigo nessa viagem que é ouvir esse cara. Vai sair outra carta de amor minha em breve e nela vou te apresentar uma musiquinhas massas pra tu ouvir de primeira. Mas não agora, aguenta que já já sai.