Fotos desta matéria por: Laila Razzo/Fábio Matta/Equipe BR 135.
O Festival BR 135 é, sem dúvida, um dos eventos de maior referência no cenário cultural do Maranhão.
O crescimento do festival ao longo destes anos demonstra o quanto há de potência criativa na cidade, capaz de movimentar o turismo, fomentar o comércio, alavancar a carreira e a produção de novos artistas e apresentar para a cidade nomes da música nacional que já são consagrados ou que ainda estão conquistando espaços e público.
O que é ótimo para todo mundo!
Mas, também sem nenhuma dúvida, uma das características mais bonitas deste festival é como ele, desde 2014, dá espaço para uma das representações populares mais marcantes do estado: o bumba meu boi.
Ficamos junho e julho inteiros em euforia, queremos aproveitar o máximo possível da nossa cultura, dos tambores, das comidas, dos espaços que são ocupados com brilhos de paetês, canutilhos e penas! Depois desse período, só resta a nostalgia e a espera pelo próximo ano. Até que chega novembro!
O que o Festival BR 135 consegue fazer em 3 dias é incrível: colocar numa mesma programação, fora da época junina, linguagens que são completamente diferentes, mas que naquele momento se complementam.
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Vemos o novo, os artistas nacionais e locais que estão sendo reconhecidos ou que já possuem espaço garantido, junto com o que é mais tradicional de nós: os sotaques dos bois, as ornamentações, os personagens de histórias que são difundidas pela oralidade… Aquilo que, durante junho e julho, faz ferver o estado, volta em novembro com um espaço que deve ser respeitado e, mais que isso, reverenciado.
Para o maranhense, que desde a escolinha é colocado em contato com as lendas da cidade e na época de São João (gostando ou não rs) precisa aprender alguma dança folclórica “típica”, ouso dizer que esta é uma das primeiras expressões artísticas que muitos de nós têm contato.
É religioso, é musical, é espetáculo, é promessa: requer ensaios, conhecimento, preparação de meses.
Este ano, estarão no terreiro do Festival BR 135 o Boi da Liberdade e o batalhão de ouro do Boi de Maracanã. Quem nunca viu um batalhão, que se prepare! Pandeirões e matracas combinados às vozes graves e marcantes dos cantadores arrepiam, fazem suar e são mágicos, mas não pense que isso acontecerá pela primeira vez, desde 2014 na programação são inseridas manifestações artísticas populares muito importantes: já vimos o famoso Boi de Santa Fé, com seus cazumbas brilhantes e gigantescos, o lendário Boi da Floresta e o resistente Boi da Fé em Deus.
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Além dos grupos de boi, também sempre fizeram parte da programação do BR 135 grupos de tambor de crioula, que este ano estarão representados pelo Tambor de Crioula do Mestre Leonardo.
Ainda falando sobre cultura popular, vale lembrar quando os Fuzileiros da Fuzarca participaram, o grupo centenário de samba do bairro da Madre de Deus, conhecido por suas roupas glamourosas, brilhantes e nas cores preto e branco, também já teve seu espaço.
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Também já tivemos o Cacuriá de Dona Teté, a Orquestra de Berimbau dos Mandigueiros do Amanhã e os cânticos sagrados da Família Menezes.
Não é um “tapa buraco” na programação, é reconhecimento. E devemos esperar por eles da mesma forma como esperamos os artistas que de longe vêm nos presentear. Aproveitem a festa, aproveitem os cantores, cantores, músicas e musicistas e aplaudam de pé as atrações tradicionais locais. Eles merecem esse lugar!