Amo, Poeta e Cantador: projeto ganha documentário mesclando graffiti e bumba-meu-boi

Será lançado, nessa sexta-feira (12), na escadaria do Beco do Silva, na área do Projeto Reviver – Praia Grande, o documentário “Amo, Poeta e Cantador: Murais da Memória pelo Maranhão” em sessão única, uma produção que mostra a feitura de dez painéis de mestres do Bumba-meu-boi do Maranhão, assinados pelo artista plástico e graffiteiro, Gil Leros.

Além do processo de feitura dos painéis, a produção entrevista as lideranças dos dez bois homenageados e contará com a programação das atrações do Boi da Floresta e show musical da Banda Afrôs e do rapper Hugo Gugs.

O projeto percorreu, entre os meses de abril e setembro, partindo de São Luís, as cidades de São José de Ribamar, Axixá, Viana, Barreirinhas, Guimarães e Cururupu, para pintar o rosto de grandes mestres da cultura popular brasileira, que fizeram, e fazem, do Bumba meu Boi do Maranhão uma das maiores expressões artísticas e culturais do mundo.

Seu Mano, do Boi da Rama Santa de Cururupu, é um dos homenageados vivos
(Foto: Jonas Sakamoto / SoT Filmes)
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Todo o processo de produção dos “Murais da Memória”, confeccionados pelo artista Gil Leros, está detalhado no documentário, de aproximadamente 30 minutos, que contém, também, imagens exclusivas dos trabalhos desenvolvidos pelos grupos e agremiações representativas das brincadeiras de Bumba Boi do Maranhão, com os seus mais variados sotaques, e com depoimentos fortes e emocionantes que retratam o amor e dedicação de várias gerações de ‘brincantes’, que doaram as suas vidas para a cultura maranhense.

A produção do documentário é assinada pelo diretor, editor e roteirista Jonas Sakamoto – ele conta que “a produção do documentário foi uma verdadeira aula“. Em quase sete meses, a equipe do documentário, que também contou com a produtora e roteirista Amanda Drumont e a diretora de fotografia Ingrid Barros, teve contato direto com vários grupos de Bumba meu Boi do Estado, com brincantes, lideranças e comunidades onde as brincadeiras estão inseridas.

É lindo ver e poder mostrar como essa tradição é passada de geração para geração; os desafios e o protagonismo das lideranças femininas, inseridas em grupos fundados por homens e que carregam uma tradição ainda machista. São experiências que vamos levar para toda a vida. Saio desse processo todo com mais vontade ainda de conhecer cada manifestação, cada história e cada brincante que faz o Bumba meu Boi do Maranhão“, destaca Jonas Sakamoto.

O projeto homenageou dez mestres do Bumba-meu-boi com cinco painéis na Grande Ilha de São Luís e cinco no interior do Estado (Foto: Jonas Sakamoto / SoT Filmes).

Gil Leros, idealizador do “Amo, Poeta e Cantador”, fala da importância dos murais, com destaque para ‘o potencial de diálogo que o graffiti tem com a juventude’. Para o artista, poder resgatar a memória e abordar assuntos relacionados à cultura tradicional, mais ancestral do Maranhão, utilizando o graffiti, atrai um público mais jovem:  “Incluir o graffiti, que é uma linguagem jovem, dentro de todo esse contexto para abordar essa temática, tem essa dualidade, da gente conseguir ligar a juventude com o nosso passado, com as nossas tradições. A meu ver, penso que esse é um dos maiores legados que o projeto pode deixar“.

Para a artista e gestora cultural Fernanda Monteiro, ‘coordenar e produzir o Amo Poeta e Cantador foi uma das grandes alegrias de sua vida’. Ela se diz honrada por estar vivendo nesse tempo de reconhecimento aos mestres do Bumba meu Boi: “Sou artista e pesquisadora da cultura popular há mais de 15 anos e é maravilhoso poder contribuir com um sonho tão bonito do Gil, do qual todos nós, da equipe, passamos a compartilhar. Sinto que a trajetória desse Projeto só está começando. A gente quer tocar o coração de cada maranhense com essas histórias encantadas e de muito amor ao Bumba meu boi“, assinala a coordenadora do Projeto.

Nadir, presidente do Boi da Floresta de Mestre Apolônio, Mundoca, homenageado do Boi da Floresta, e o artista plástico e grafiteiro Gil Leros (Foto: Jonas Sakamoto / SoT Filmes).

Apoiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a Benfeitoria, e o Sitawi Finanças do Bem, o Projeto “Amo, Poeta e Cantador” fez justa homenagem aos mestres “Leonardo” (Boi da Liberdade), “Francisco Naiva” (Boi de Axixá), “Mundoca” (Boi da Floresta), “João Câncio” (Boi de Pindaré), “Calça Curta” (Boi da Maioba), “João Chiador” (Boi de Ribamar), “Diomar Leite” (Boi de São Cristóvão de Viana), “Coxinho” (Boi de Pindaré), “Marcelino Azevedo” (Boi de Guimarães) e “Seu Mano” (Boi de Cururupu).

Ana Selma, do boi Nossa União de São Cristóvão de Viana (Foto: Jonas Sakamoto / SoT Filmes).

Serviço:

O quê: Lançamento do documentário “Amo, Poeta e Cantador: murais da memória pelo Maranhão”;
Quando: 12 de novembro de 2021;
Horário: 19h;
Onde: Na escadaria do Beco do Silva, na área do Projeto Reviver – Praia Grande;
Entrada gratuita.

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