Nos últimos anos, já assisti ao espetáculo As Três Fiandeiras duas vezes. Cada uma com o seu sentimento especial guardado na lembrança.
Em novembro de 2015, como parte da programação da X Semana de Teatro no Maranhão, conheci, pela primeira vez, as histórias de Beatriz Isadora e Isabel, interpretadas divinamente pelas atrizes Renata Figueiredo, Gisele Vasconcelos e Rosa Ewerton, respectivamente.
Na ocasião, pude conhecer, pessoalmente, a sensibilidade teatral de Igor Nascimento, autor do espetáculo (ao lado de Renata Figueiredo e Rosa Ewerton), reproduzida em cena. Surpreendi-me. Emocionei-me. Identifiquei-me.
Contando a história de três atrizes-personagens que objetivam transformar um espetáculo fiasco de bilheteria em uma nova produção, As Três Fiandeiras vai além desta sinopse. A história das atrizes ficcionais se mistura à das rendeiras Das Dores, Chica e Zezé, cada uma tratando, através de gestos simples, temas como a dor da perda, a insegurança e a superação – o ato da busca pelo filho perdido é um dos mais belos que já vi em um teatro.
As atrizes, em um espaço curto no palco, te permitem, seja pela atuação, seja pelo texto, que o espectador se envolva e sinta, minuciosamente, a dor de cada uma das várias personagens que são apresentadas (e misturadas) ao longo de 90 minutos.
A produção é impecável (assinada pelos grupos Xama Teatro e Petite Mort), com a direção musical certeira de Gustavo Correia – emocionante e pontual.
Em 2016, vi o espetáculo durante temporada no Casarão Angelus Novus, localizado no Beco Catarina Mina, 123. Em um espaço menor, só demonstrou a habilidade das três atrizes em cena em entreter e, nessa apresentação, em interagir com a platéia.
Saí encantado, me perguntando se demoraria muito a rever a peça. Demorou, mas chegou. As Três Fiandeiras ganha nova temporada na próxima semana, entre os dias 2 a 4 de maio, em novo local: no Convento das Mercês, localizado na Rua da Palma, 502 (com ingressos a R$ 20 inteira e R$ 10 meia).
Para convidar aos leitores do #SobreOTatame a assistir o espetáculo, recorro ao comentário da atriz e dançarina Márcia de Aquino sobre As Três Fiandeiras: “(…) cada vez que vejo o espetáculo [], um emaranhado de emoções me invade minando uma incansável necessidade de criar novos mundos”. Que nesta nova sessão, tanto eu quanto vocês possamos nos sentir parte do mesmo espetáculo e ir além, renovando todas as nossas emoções neste espetáculo imperdível.
P.s: O espetáculo rendeu à atriz Gisele Vasconcelos, integrante do elenco, a premiação como melhor atriz na área de Artes Cênicas, na categoria individual, no Programa Nascente (SP), em 2015.
P.s2: Texto com informações da matéria Espetáculo conta a história de uma peça que não deu certo, escrito por Patrícia Cunha, para o Jornal O Imparcial – link aqui.
P.s3: Mais informações sobre o espetáculo e o Grupo Xama Teatro clicando aqui.