Zeca Baleiro e Fagner em imagem de 2003 (Foto: Gal Oppido).
Antes de lançarem o CD Raimundo Fagner e Zeca Baleiro (2003), que se tornaria um clássico fonográfico destes tempos, os dois artistas fizeram apresentações de caráter mais intimista por oito cidades brasileiras, acompanhados apenas por Adelson Viana (piano e acordeon) e Tuco Marcondes (violão e guitarra).
É o registro de um desses shows, em Brasília, em 2002, o conteúdo do novo álbum digital que Fagner e Baleiro lançaram na última sexta-feira (17).
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Com músicas de ambos os repertórios (Banguela, Cebola Cortada, Cavalo Ferro e Flor da Pele) e releituras de outros compositores (Orgulho, de Paulinho da Viola e Capinan, e De Teresina a São Luís, de João do Vale e Luiz Gonzaga), o registro traz algumas de suas primeiras composições juntos, entre elas A Tua Boca (com o poeta Capinan) e Dezembros (uma parceria com o poeta Fausto Nilo, com letra ainda em construção, que viria a ser alterada depois, durante a gravação do disco).
Outra curiosidade do álbum ao vivo é a faceta instrumentista que ambos os artistas revelam: Fagner se reveza entre o piano e o violão, e Zeca Baleiro toca violão e baixo.
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A gravação foi descoberta por acaso, no fim do ano passado. “A qualidade de áudio e o frescor de um de nossos primeiros shows, nos animou a compartilhar essa gravação com o público. Nesse dia, nossa performance foi muito feliz”, conta Baleiro.
Raimundo Fagner e Zeca Baleiro _ Ao Vivo em Brasília, 2002 é ao vivo mesmo, sem regravações ou correções digitais, assumindo os pequenos erros e imperfeições típicas das gravações ao vivo, e contou com o trabalho de ourives do engenheiro de som Leonardo Nakabayashi na masterização do áudio.
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Vale lembrar que, em 2005, a dupla lançou um DVD registrado ao vivo (com banda), do show que encerrou a turnê Raimundo Fagner e Zeca Baleiro no Canecão, no Rio de Janeiro, e virou artigo de colecionador.
Apesar de não terem lançado outros álbuns neste período, Fagner e Zeca continuaram a se encontrar pelos palcos do Brasil, seja em participações em shows de parceiros e amigos ou em ocasiões especiais, e a compor juntos.
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O álbum ao vivo inclui duas faixas bônus registradas em estúdio, uma canção do repertório afetivo de ambos, O Meu Amor Chorou, de Luiz Marçal Neto, eternizada por Paulo Diniz, e Quando o Sol, parceria recente da dupla, que também ganhou um clipe colaborativo, com edição de Fred Siewerdt:
O lançamento do álbum Raimundo Fagner e Zeca Baleiro _ Ao Vivo em Brasília, 2002 já estava previsto para o primeiro semestre deste ano, quando seriam registrados encontros de Fagner e Baleiro para divulgação.
Com a quarentena imposta pela pandemia do coronavírus, eles tiveram a ideia de fazer o clipe colaborativo de Quando o Sol, que inclui imagens enviadas pelos fãs. Pelas redes sociais, Fagner e Zeca pediram aos fãs que enviassem vídeos gravados por celular, mostrando alguma das atividades de seus dias de quarentena.
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“É uma maneira de interagirmos com o público e também de nos mantermos ativos nestes dias difíceis, além de colaborar com o mantra ‘fique em casa’ e enfrentar essa crise juntos”, comenta Fagner.