Já parou para pensar como ficamos perdemos tempo julgando as escolhas alheias? Julgamos o tempo todo – e sem parar. Julgamos besteiras. Julgamos coisas importantes. Julgamos rápido demais. Julgamos de forma lenta, mas não menos letal. Julgamos com ódio. Julgamos com falso amor. Julgamos. (Suspiro).
E agora, me digam: “Pra quê mesmo?”. O que raios queremos saber com o que os demais estão escolhendo, fazendo, optando, beijando, abraçando, vendo, lendo, jogando – e todos os verbos que você possa pensar que cabem aqui -, que altere nossa vida a ponto de perdemos uma coisa preciosa chamada Tempo?
Julgam por acharem que a vida do outro precisa de um tribunal – onde você, que julga, é o juiz. Dane-se as testemunhas. O papel delas aqui é outro – apenas ouvir o julgo que se tem a dizer. Foda-se os advogados de defesa. A vítima aqui não tem opção – a vida dela vai ser o objeto deste julgamento, querendo ela ou não. Palmas para os “interessados na vida alheia de plantão”. Estes, sim, vibram com o circo da humilhação que se forma com o despejo dos julgamentos.
Certo dia, uma amiga minha postou no Facebook algo mais ou menos assim:
Não seria melhor vocês tentarem se amar um pouco mais do que só buscar o ódio em ofender as pessoas?
Esquecemos o dom de falar, perguntar, e vamos direito à vida alheia, achando que possuíamos ela de alguma forma. Chegamos em um tempo onde o ato de conversar, querer ajudar e, porventura, “salvar” alguém perde a força. E soa bem mais fácil, mecânico e “econômico” destruir a vida de quem quer que seja com opiniões tortas e superficiais.
Always the summers are slipping away
Find me a way for making it stay
Somos egoístas ao ponto de achar que o outro sempre estará na berlinda. E aqui o título se explica: esquecemos que apesar dos caminhos diferentes que escolhemos em vida, o destino, de todos nós, é o mesmo. Torço para que possamos atingir um grau de maturidade coletivo – e a solução seja sempre uma troca sincera de palavras e gestos. Sou pessimista, mas, especificamente neste caso, meu coração emana esperança.
*Este post foi inspirado em uma reflexão de horas ao som das canções Trains e Arriving Somewhere But Not Here, da banda Porcupine Tree.