A banda Casarão Verde Reggae Band. (Foto: Divulgação).
O reggae, além de um estilo musical, é uma filosofia de vida: prega a liberdade, o amor e a justiça, e por ser um estilo com raízes negras e africanas, não tem como não associar a mensagem do reggae com a mensagem de resistência que estamos tendo que nos apropriar cada vez mais.
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São Luís, conhecida como Jamaica Brasileira, tem inúmeras bandas de reggae, mas nem todas têm o mesmo perfil da Casarão Verde Reggae Band: todos os integrantes da banda são de comunidades periféricas de São Luís. São jovens que cantam o reggae não apenas porque ele é forte e predominante em São Luís, mas porque ele tem uma ligação direta com suas realidades: todos vivem e trabalham em guetos, lugares onde o “reggae é a lei“.
O nome da banda é inspirado na faixada verde da Casa161, espaço cultural onde a banda fez seus primeiros ensaios e se organizou, no Centro Histórico de São Luís. Segundo os próprios integrantes, a música surge como uma “possibilidade de fugir das trajetórias quase inevitáveis na qual a maioria é submetido em suas comunidades, além de poder expor através da arte as mazelas sociais, levantando a bandeira da música enquanto instrumento político emancipador“.
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No último dia 30 de maio, a Casarão Verde lançou o primeiro single (de muitos, espero), chamado O Gueto. A música, segundo a banda, “é um expurgo, um grito de socorro de quem poucas vezes tem chance de falar, uma ofensiva às opressões“.
A composição do Eni Ribeiro, baterista da banda, com melodia do produtor e guitarrista Carlos X , retrata a realidade das periferias. O refrão “o gueto não passa bem, o gueto há muito tempo não passa bem” demonstra o descaso das autoridades quanto à saúde, segurança e educação nos bairros onde essas são as maiores necessidades.
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Além da característica marcante de todos os integrantes serem oriundos de periferia, temos outro diferencial: a banda tem os vocais comandados por duas mulheres, Emanuele Paz e Vivi Cardoso, que juntas demonstram a força da mulher – e a força da mulher dentro do reggae maranhense! – guiando a banda e o público por arranjos diferenciados.
A produção de O Gueto é independente: a música foi gravada nas casas dos integrantes da banda, tomados pela vontade de transformar em melodia as reflexões de quem (sobre)vive pelos guetos e vielas da Ilha do Reggae.
Ouça a música:
Acompanhe a banda no Instagram e fique por dentro da agenda deles: @casaraoverdeband. Para mais informações, entrar em contato com Emanuele Paz (98 98883-9943 – ligação e WhatsApp) e Eni Ribeiro (98 991621839 – ligação e WhatsApp).