Greta Thunberg durante a Cúpula de Ação Climática da ONU. (Foto: Reprodução)
Greta Thunberg é uma jovem ativista sueca, de 16 anos, que foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Ela e outros 15 jovens apresentaram uma queixa na ONU contra cinco países por não se comprometerem em impedir o aquecimento global. Entre estes países, estava o Brasil, em um momento que o mundo vê perplexo a Amazônia arder em chamas.
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No mesmo evento, Greta proferiu um discurso enérgico, desafiando as autoridades mundiais presentes a fazerem algo para que exista um futuro para ela e outros jovens e crianças.
Como já era esperado, em um mundo no qual a extrema direita cresce, alimentada pelas fake news, um discurso tão contundente em defesa do meio ambiente promoveria uma ebulição de mentiras a la mamadeira de piroca. E a essa altura já estamos acostumados e sabemos que, sim, o brasileiro é capaz de acreditar.
Só que o que mais me chocou (confesso que nesse contexto pós-kit gay ainda me choco) foi a quantidade de homem de meia idade, que se prestou a colocar em prática o argumentum ad hominem, contra a jovem de 16 anos, com síndrome de Asperger.
Tivemos desde a montagem esdrúxula compartilhada pelo filho do presidente até “jornalistas” questionando o engajamento de Greta e recomendando que ela faça sexo. Tivemos, também, homens que afirmam serem ambientalistas, mas condenam a raiva do discurso da Greta.
Mais Gretas
Isso tudo só me faz pensar na força feminina. Greta calada e segurando um cartaz tem feito mais pela humanidade que todos esse homens juntos. E o que eles fazem? Atacam a Greta porque são incompetentes demais para atacar o argumento. Eles conhecem a própria insignificância e tentam escondê-la com mentiras e misoginia. Nada de novo no bosque, não é mesmo?
Sobre o tom do discurso, Greta foi irretocável. Qualquer homem usando o mesmo tom, seria chamado de líder, considerado assertivo e contundente. Não é o tom que incomoda vocês, é o fato de ser uma jovem a usá-lo.
Hoje, eu só desejo que venham mais Gretas, que chutem o pau da barraca, que apontem o dedo na cara do errado e questionem: como ousam? Assim, talvez, a gente tenha um futuro.