O grupo Jazz Vianense, nos anos 1940 (Foto: Jornal O Renascer Vianense, nº 44 – 2014).
Texto de Tonny Araújo, para o SobreOTatame.com.
Que São Luís do Maranhão, apesar de todos os problemas sociais e econômicos, goza de riquezas culturais – materiais e imateriais –, e que a variedade musical serve de trilha sonora para quem vive a/na cidade, não é nenhuma novidade. O que poucos devem saber é que essa diversidade musical começou antes mesmo das primeiras rádios locais entrarem ao ar, na década de 1930, ou da chegada dos primeiros aparelhos televisores.
Refiro-me ao início do século XX, quando as primeiras bandas de jazz do Estado se apresentavam pelos quatros cantos da capital e da Baixada, levando um repertório variado, recheado de gêneros nacionais e internacionais – traço associado à modernidade/cosmopolitismo cultural que irrompia no país naquele período.
O leitor desconfiado, habituado a associar o Maranhão a certas musicalidades regionais, pode se perguntar se havia mesmo, naquela época, bandas de jazz no Estado; pode também estar pensando que essa cena jazzística começou há pouco tempo, com uma cena de música instrumental local, posteriormente amplificada pelos holofotes do Lençóis Jazz & Blues Festival.
- Jazz, blues e Toninho Horta;
- Dias de Jazz e Blues no paraíso dos Lençóis;
- Cinco motivos para ir ao Lençóis Jazz & Blues Festival;
E alguns diriam que bastaria examinar o livro Chorografia do Maranhão para desfazer esse imaginário, percebendo que temos uma longa tradição de instrumentistas de choro e samba afiadíssimos. Porém, ainda assim, uma questão insistiria: afinal, que jazz era esse tocado aqui? Recorreremos à história para acertar o tom e pôr os pingos nos “is”.
Resumo da dança: nascimento do jazz e chegada ao Brasil
Gênero musical desenvolvido em várias localidades do sul e centro-oeste dos Estados Unidos, o DNA do jazz já circulava, no final do século XIX, por cidades como Memphis, Kansas City, Dallas e Saint Louis, contrariando o lugar-comum de tomar a cidade de New Orleans (Louisiana) como ponto de partida desse gênero musical. Além disso, a forma, digamos, embrionária do jazz (o ragtime), surgiu em Sedalia, no estado de Missouri. Apesar disso, costuma-se coroar New Orleans como epicentro do jazz justamente por seu ambiente cosmopolita, resultado do intercâmbio cultural entre as culturas europeia e africana, ou afro-americana.
Tal mistura – ocorrida não sem tensões raciais e sociais, é claro – foi possível graças à dinâmica relativamente não hierárquica e tolerante em Storyville, zona do baixo meretrício embalada pela música dos instrumentistas; e do Carnaval de origem francesa, o Mardi Grass (Terça-feira Gorda), por meio do qual as brass bands (bandas militares) ainda hoje tomam as ruas, unindo-se à miscelânea de cores, sons e gritos de “lassez les bons temps rouler!”.
Clima boêmio parecido com esse ocorria no Maranhão, sobre o qual falarei. Mas antes, precisamos entender como surgiu e o que era uma jazz band. Conjuntos instrumentais, as (ou os) jazz bands surgiram nos EUA após a Primeira Guerra Mundial, propagando os chamados estilos “tradicionais” de jazz: o Dixieland e o New Orleans. As pioneiras foram a New Orleans Rhythm Kings, a King Oliver’s Creole Jazz Band, Olympia Band e a Original Dixieland Jazz Band – esta última reconhecida por gravar os primeiros registros sob o nome de “jazz”, entre 1917 e 1919.
Embora variável, a formação instrumental dessas bandas era basicamente: bateria, banjo, piano e violino (na seção rítmica), e trompete, pistão, clarinete, trombone e sax (na seção solista).
Constituindo um sucesso comercial nos Estados Unidos, e tendo como catalisador a empresa de partituras Tin Pan Alley, esse padrão musical se proliferou rapidamente pela Europa, adaptando o seu naipe instrumental para atender às demandas de clubes e salões de dança. Nascia, assim, o jazz swing das big bands, com forte apelo dançante e que serviu de trilha para a chamada “Era do Jazz”.
Hobsbawm, atento às questões mercadológicas em torno do desenvolvimento e trânsito do gênero dentro e fora dos EUA, nos diz que, paralelamente, se desenvolvia o que chamou de jazz “híbrido”, espécie de versão mais diluída do jazz, contendo outros elementos típicos da música pop da época: o Fox-Trot, Black Bottom, Charleston, Trucking, Shimmy, One Step e Two Step, que eram os gêneros dançantes daquele contexto.
O formato jazz–band não tardou a chegar ao Brasil, acompanhando o crescimento da industrialização, da urbanização e modernização das cidades. É, também, quando da chegada de diversas novidades tecnológicas: invenção da gravação elétrica, expansão da radiofonia comercial, desenvolvimento do cinema sonoro, entre outros fatores que impactaram o gosto musical e a dinâmica cultural de um país situado entre a velha e nova República.
Sobre os primeiros contatos dos brasileiros com o jazz, destaco dois importantes marcos: uma série de apresentações que o pianista, baterista e chefe de orquestra euro-americano Harry Kosarin fez com sua jazz–band pela cidade do Rio de Janeiro, entre 1919-1920, popularizando o uso da bateria (uma novidade dos EUA) no Brasil; os shows da Gordon Stretton Jazz Band, que trazia, dessa vez, artistas afro-americanos, e que causou grande impacto numa cena cultural já agitada pela Semana de Arte Moderna.
Devido a esse contato, por volta de 1921, já se tem notícias de jazz bands em São Paulo, como a Jazz Manon, dirigida pelo violinista Dante Zanni; a Orquestra Oito Batutas (posteriormente, Jazz Band Oito Batutas) liderada por Pixinguinha, e que adotou o formato jazz band em 1922, após viagem para Paris; a Jazz Band Sul Americano, formada pelo saxofonista carioca Romeu Silva, em 1923; e, por fim, a Carlito Jazz, organizada pelo baterista Carlos Blassifera que, como os Batutas, atuou em Paris, chegando a acompanhar a famosa Josephine Baker (MELLO, 1987, p. 279).
Eu poderia elencar outros conjuntos, mas a lista seria enorme. O que nos importa é saber que, aos poucos, seguindo a moda instrumental da época, a formação dos conjuntos regionais (formados basicamente por percussão, flautas, cavaquinhos e violões) se modificou, passando a adotar a configuração instrumental utilizada pelas jazz–bands.
Assim, através dos salões de dança, agremiações desportivas, clubes, cinemas e teatros, as jazz–bands se tornaram uma verdadeira coqueluche, executando em seu repertório maxixes, cateretês, lundus, valsas, sambas, polcas, marchinhas, modinhas, schottisches, bem como aqueles gêneros dançantes norte-americanos mencionados anteriormente.
Hoje, trabalhos acadêmicos nos indicam que não apenas no eixo Rio-São Paulo e no sul do país, mas também pelo Nordeste, houve significativa presença dessas bandas. Contudo, até hoje, pouco se sabe sobre esse fenômeno transatlântico no Maranhão, contando com evidências esparsas em estudos de História e de Música – a exemplo dos trabalhos do professor e pianista Daniel Lemos Cerqueira.
Nesse sentido, muito longe de tentar aparar tais arestas históricas, recorrerei às informações já coletadas por esses trabalhos, aos vestígios na imprensa e em outras fontes, de modo a oferecer um quadro sintético desse rico ambiente sociocultural.
O Som e a Fúria das Primeiras Jazz Bands Maranhenses
“JAZZ BAND DE VERDADE! Amanhã estreará no salão de espera do EDEN o primeiro jazz band autêntico que vem ao Maranhão, tocando das 7 às 8”!
Jornal Diário de São Luiz, de junho de 1924.
Assim anunciava, eufórico, o jornal Diário de São Luiz, de junho de 1924. Algumas das primeiras jazz–bands locais são mencionadas na imprensa por volta dessa mesma época, e pode-se citar, por hora, duas delas: a Jazz Band do Olympia e a Jazz Band de Martins, Balthazar & Cia. Também há evidências de bandas estrangeiras passando pela capital juntamente de suas Companhias de Variedades, e dividindo os palcos com as bandas locais. Cito, por exemplo, a Jazz Band Yankee, que por aqui passou em 1929, segundo o jornal O Imparcial de setembro daquele ano.
Entretanto, é preciso que se diga que antes desses conjuntos ditos “modernos”, tínhamos nossas ‘orquestras’, “termo utilizado nos jornais em referência a grandes grupos musicais, a exemplo da orquestra Irmãos Parga, e não à formação tradicional da orquestra, com todos os seus naipes” (CERQUEIRA, 2017, p. 330) que, entre 1910 e 1930, atuaram nos cinemas locais, pois “como nessa época os filmes não possuíam áudio e o processo de troca dos filmes era demorado, os cinemas contratavam músicos e conjuntos para tocar durante a passagem dos filmes e nas salas de espera” (idem).
Alguns desses cinemas foram oS. Luiz, Rex, Rivoli, Éden, Olympia, Pathé, Palace, o Ideal-Cinema, entre outros. Com a inserção do áudio nos anos 30, houve uma baixa nessas atividades, mas não sem antes nos legar uma leva de grandes instrumentistas como Alfredo Verdi de Carvalho, a pianista e compositora Lygia Barbosa (1904-1926) e as pianistas Zuza Ribeiro e Leoncia Lima. Outros músicos que atuavam com frequência nos cinemas ludovicenses foram os conhecidos Pedro Gromwell dos Reis e Ignácio Manoel da Cunha (CERQUEIRA, 2017).
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A despeito da carência de conservatórios, alguns desses nomes montaram a estrutura que daria suporte aos músicos de “jazz” do Maranhão, organizando sociedades musicais e o Syndicato dos Muzicos, cujo fundador foi o pianista José de Ribamar Passos, vulgo “Chaminé” (1906-1965), futuramente integrante do afamado Jazz Alcino Billio.
Mas, voltando ao tema desse texto, destaco a seguir algumas das jazz-bands que compunham a paisagem sonora maranhense no período entre 1920 e 1960, quais sejam: a Jazz Brasil e Jazz Barbosa (ambas lideradas pelo maestro Odylo Ribeiro), Jazz Band Pensilvania, Jazz América, Jazz Maranhão, Jazz Ribamar, Maranhão Jazz, Jazz Vianense, Jazz de Irajá, Jazz Vitória, Jazz Alcino Billio, Jazz Band Jadhiel¸ Jazz Mendonça, Jazz Suçuarana, Jazz Operário, Jazz da Força do Poder Público, Jazz Santa Cecília, Jazz Irakitan, Orquestra Jazz Guarani (conjunto liderado pelo maestro João Carlos Dias Nazareth, pai da cantora Alcione), Jazz Céu Azul, Jazz do Quartel 24º BC, os “jazes” montados pelo maestro Ademar Corrêa, entre muitas e muitas outras.
A Jazz-Orchestra, segundo Cerqueira, foi “um dos pioneiros conjuntos de jazz do Norte do país” (2017, p. 331), atuando até 1927. Era formada pelo baterista Vital Paiva, o contrabaixista Raimundo Canuto dos Anjos e o violinista Alcino Billio. Dela, derivaram outras duas bandas: a Odeon-Jazz (cujos membros fundadores foram Alcino Billio e Vital Paiva) e a Maranhão Jazz (fundada por Raimundo Canuto).
Após o falecimento de Alcino Billio, em 22 de setembro 1929, fundou-se, em sua homenagem, uma jazz–band com o seu nome, agregando alguns dos principais músicos das jazz–bands de São Luís da época. A Jazz Alcino Billio foi formada pelo já mencionado José de Ribamar Passos, o “Chaminé”, no piano; o saxofonista caxiense Paulo Augusto Almeida (1909-1952), também chamado de Paulino Almeida, noticiado como o “primeiro saxofonista do Norte”; o saxofonista vianense João Pereira Balby (1914-2004) que teve uma trajetória bastante significativa, chegando a solar com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), tocou em orquestras de programas da TV Tupi e foi eleito pela revista O Cruzeiro, de 1960, como o terceiro melhor sax alto do país! Por último, mas não menos importante, o saxofonista Hélcio Jardim Brenha, de São Bento, que trabalhou na banda do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, fundada por Anacleto de Medeiros (CERQUEIRA, 2017).
Em A Festa dos Sons, organizado por Rosa Mochel, menciona-se outros membros do Jazz Alcino Billio, como Othon Rocha, saxofone; José Araújo Fernandes, trompete; Américo, trombone; Mário Menezes, piano; José Beleza, banjo; Clemente Muniz e Osvaldo no violino (depois Lauro Leite) e Roque, no rabecão. O conjunto foi muito atuante até pelo menos o início dos anos de 1960 e era um dos mais requisitados nos eventos, se destacando nas propagandas recreativas dos jornais maranhenses. Para se ter uma noção dessa procura, os integrantes necessitaram montar uma banda A e uma banda B; enquanto a principal excursionava, o “time dois” fazia shows em São Luís.
Por falta de registros visuais, e no intuito de fornecer ao leitor uma imagem dessa época, recorro ao trabalho da historiadora Maria de Lourdes Lacroix, “São Luís – Corpo & Alma”, que nos oferece uma rica descrição do contexto social, de como eram essas festas e da pluralidade musical que imperava na Zona do Baixo Meretrício, outrora localizada no Centro Histórico de São Luís:
“A dança constituía um dos principais lucros pelo consumo de bebidas, razão pela qual uma das exigências das donas de pensão no ingresso das ‘damas da noite’ era saber dançar. Bons dançarinos davam uma esticada até a 28 e adjacências em busca das andorinhas pés de valsa ou pés de ouro. Aconteciam verdadeiros shows nos principais salões das pensões. Casais flutuando ao som de valsas e a vibração da plateia a exigir dos pares coreografias e passos inovadores resultavam em disputas acirradas. As cortesãs preferiam dançarinos competentes e muitos homens aprenderam a bailar no ambiente descontraído da zona, verdadeira escola de danças variadas: samba, samba-canção, bolero, foxtrote, valsa, tango ao som de orquestras do Jazz Alcino Billio, João Jazz Maranhão, Jazz Vianense, Jazz Guarani, João Carlos Nazaré, músicos notáveis ao piano, saxofone, trombone, trombone-de-vara, piston, violino, contrabaixo, bateria, pandeiro, como Chaminé, Roque, Mundico Pereira, Zé Hemetério e muitos outros e cantores denominados de crooner. Moacir Neves, grande frequentador, muito cantou na Cristal e na Cras. Somente as pensões classe A dispunham de orquestras ou música ao vivo. As mais simples instalaram ‘radiolas’, com músicas ecléticas e conforme o sucesso das emissoras. Nesses locais, grandes empresários, autoridades militares, membros dos poderes executivo e judiciário, do mais alto aos baixos segmentos sociais marcavam presença constante […] (2020, p. 193)”.
Maria de Lourdes Lacroix em “São Luís – Corpo & Alma”.
Guardadas as devidas proporções, tal como os bordeis de New Orleans, as “casas de tolerância” de São Luís do Maranhão, constituíram verdadeiro “núcleo aglutinador de todos os segmentos da sociedade” (idem, p. 190). Por isso, em nossa Storyville ludovicense, a ZBM, apesar de haver divisão social, se encontravam “grandes empresários, autoridades militares, membros dos poderes executivo e judiciário, do mais alto aos baixos segmentos sociais” (idem, p. 193).
Pelas ruas da Estrela, da Palma, 28 de Julho, Afonso Pena, espalhavam-se as pensões “Bangalô, Bela Vista, Boate Azul, City, Crás, Cristal, Elite, Fênix, Hollywood, Internacional, Itu, Jurupiranga, Lavínia, Monte Carlos, Night and Day, Oásis, Pau de Arara, Rabo de Saia, Sonho Azul, Sonho Amarelo, Zilda Branca, Zilda Preta, e outras tantas, predominavam estudantes, malandros e homossexuais” (idem, p. 191), locais onde podemos imaginar que as jazz–bands amanheciam tocando, embalando romances de verão, promessas de matrimônio, bebedeiras e duelos mortais.
Havia “jazz” também em bailes carnavalescos dentro de clubes da alta sociedade como o Grêmio Lítero Português, Clube Recreativo Jaguarema, o Cassino Maranhense, o Jazz Orchestra Club, Leblon Club e Bohemio Club; no Teatro Arthur Azevedo; nas rádios locais como a Rádio Clube do Maranhão, Gurupi, Timbira e Rádio Propaganda Sonora Rianil; e também (e aqui há uma especificidade maranhense) nas missas católicas.
Entre os anos 60 e 70, ou seja, em plena ditadura civil-militar, houve uma considerável alteração nesse cenário. Primeiro, com a fragmentação da ZBM, devido, entre outros fatores, às “enormes mudanças dos valores sociais e maiores possibilidades econômicas” (LACROIX, 2020, p. 197). A questão da mudança dos valores sociais teve como corolário o decreto de Epitácio Cafeteira (MDB), de janeiro de 1966, que, em nome da moral e dos bons costumes, proibia, para a tristeza dos boêmios, os bailes de máscaras (TEIXEIRA, 2019, p. 472-473).
Adiante, afinada ao coro dos contentes, a lei nº 1790 do Código de Posturas do Município de São Luís, de maio de 1968, precisamente em seu artigo 80, tentava mascarar a rigidez. Contudo, o estrago já estava feito: a folia precisava andar na linha, se não quisesse ser punida, o que afetou diretamente as festas carnavalescas, importante ganha-pão para os músicos. Ainda assim, aos trancos e barrancos, a música instrumental maranhense continuou resistindo.
Infelizmente, se tem poucos registros iconográficos dessas bandas, sendo eles bem difíceis de encontrar. Sobre os registros musicais: há partituras disponíveis no Arquivo Público do Maranhão, mas não se tem fonogramas para que escutemos e analisemos o tipo de sonoridade que esses conjuntos possuíam. A ausência dessas gravações, vale dizer, foi consequência do não desenvolvimento de um mercado fonográfico no Maranhão.
Nem tudo está perdido, porém. Muitas das músicas tocadas eram de sucessos de filmes e do que explodia nos carnavais do Rio de Janeiro. Portanto, podemos ter alguma noção desse ambiente sonoro ouvindo as versões originais. Vasculhando nos jornais da época, algumas dessas canções são mencionadas: por exemplo, o Fox Trot “I feel a song comin’ on”, gravado originalmente por Paul White e sua Orquestra em 1935, trilha do filme “Every Night at Eight”; o samba “Boneca de Pixe” (Ary Barroso e Luiz Iglezias), gravado em 1938 por Carmen Miranda e Almirante (Henrique Foreis) com acompanhamento da Orchestra Odeon; as composições do violonista Clemente Muniz em conjunto de Pedro Caetano: “Maçariquinho da beira da praia” (Odeon, 1949), gravado pelo conjunto carioca 4 Ases e 1 Coringa; e a marchinha “S.O.S”, interpretada por nada mais nada menos do que Orlando Silva.
Bem, por enquanto é isso. Sugiro que pegue um café, escute essas músicas, visualize a São Luís de outrora. Continuaremos essa prosa em outra oportunidade.
Referências
CERQUEIRA, D. L. Áudio-Arte: Memórias de um blog musical. Rio de Janeiro: Edição do autor, 2017.
HOBSBAWM, Eric. História Social do Jazz. Paz e Terra, São Paulo, 2011.
LACROIX, Maria de Lourdes Lauande. São Luís do Maranhão, Corpo e Alma. 2ª edição ampliada. Vol II. Edição em recurso digital, São Luís, 2020.
MARTINS, Rosa Mochel. A Festa dos Sons. Coleção Presente, Sioge (Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado); Secretaria de Educação e Ação Comunitária, São Luís, 1972.
MELLO, Zuza Homem de. Jazz no Brasil. In: FRANCIS, André. Jazz. Martins Fontes, São Paulo, 1987. TEIXEIRA, César. Os milagres do choro maranhense In: SANTOS, Ricarte Almeida; SANTOS, Rivânio Almeida; RIBEIRO, Zema. Chorografia do Maranhão, São Luís, Pitomba! Livros e discos, 2018.
Tonny Araújo é um dos tantos filhos rebeldes e insatisfeitos de São Luís. Com formação em História (UEMA) e mestrado em Cultura e Sociedade (UFMA), trata-se de um pesquisador interessado em ler/ouvir a história pela relação entre música e sociedade. É baterista da Antídotos Sociológicos, projeto musical ativista cujo primeiro álbum, Fenda dos Desesperados, encontra-se disponível em todas as plataformas digitais. Na literatura, publicou o thriller psicológico O Suicida (2015) e a distopia Caixa de Raiva (2019), fora poemas em antologias. Ultimamente, tem realizado palestras sobre jazz, diáspora e consciência negra.
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