Hoje a gente trouxe uma entrevista exclusiva com um fotógrafo muito talentoso que desbrava as regiões brasileiras, mostrando o que nosso país tem de melhor através de registros únicos.
Vou apresentar à vocês o querido Felipe Goifman
Felipe tem 50 anos , mineiro de nascença e carioca de coração, mora no Rio de Janeiro desde os 5 anos de idade. É formado em Jornalismo. Chegou a iniciar o mestrado em Fotografia na Universidade Paris VIII, na França, onde viveu 3 anos, mas acabou voltando para o Brasil, de acordo com Felipe, ele voltou no “melhor momento das revistas de viagem”.
Possui diversos projetos fotográficos publicados e hoje em especial nos vamos falar do livro Maranhão: um litoral de histórias e encantos
Tivemos o prazer de bater um papo com esse grande fotógrafo brasileiro!
SoT – Felipe, conte-nos um pouco da sua trajetória como fotografo. Como começou sua carreira?
“Comecei a bisbilhotar e a trabalhar com fotografia há mais de 30 anos, quando eu tinha 17. Fiz cursos, fui assistente e comecei a viajar para fotografar e a fotografar para viajar. Não parei mais. Comecei a trabalhar em revistas na antiga Manchete (Ed. Bloch), onde entendi que a minha fotografia se destinava aos ensaios fotográficos, às grandes reportagens (quanto maiores, mais páginas publicadas, melhor) e aos livros”.
“Como produzia muitas matérias sobre cultura brasileira, criei o hábito de escrever, traduzir para o inglês e oferecer o trabalho para revistas estrangeiras. Oferecia diretamente e através de uma agência holandesa, chamada The Cover Story. Bons tempos. Publiquei em revistas de mais de vinte países e pelo menos 6 alfabetos e participei de um programa de 45 minutos para uma série da televisão holandesa, cujo tema era um fotógrafo produzindo uma reportagem para uma revista. O meu programa foi sobre o carnaval do Rio de Janeiro através dos componentes da escola de samba da Rocinha, a maior favela da America Latina. Durante toda a minha carreira, sempre o maior prazer foi a produção de livros. Estou indo para o meu sétimo livro e participei de outros tantos”.
“O que torna um fotógrafo brasileiro interessante para o mundo é olhar para a aldeia dele. Quanto mais local, mais universal…”
SoT – Por que a escolha do Maranhão como objeto de um dos seus trabalhos?
“Sempre tentei mergulhar profundamente nesse universo, buscando a compreensão e o conhecimento necessário para transmitir ao mundo o meu olhar sobre a Brasilidade”.
“O Maranhão é um país, tem uma cultura própria, muito particular.”
“Os escravos vieram do Benin, tem Tambor de Mina misturado com Sebastianismo em vez de Candomblé, foi fundado pelos franceses e foi a última grande reportagem que tinha feito no Brasil antes de mudar para Paris”.
“A partir da França, comecei a publicar reportagens sobre o Maranhão, “La France Equinoxialle” em revistas de vários países. Quando voltei para o Brasil, fiz dezenas de viagens e reportagens para as revistas Terra, National Geographic (algumas com meu grande amigo e parceiro profissional, Ronaldo Ribeiro, editor da National Geographic)”.
Viajava de Parnaíba, passando por Tutóia, Paulino Neves e Barreirinhas, atravessei os Lençóis Maranhenses algumas vezes à pé, de cavalo e de bicicleta. Pelo litoral e do sertão até a Queimada dos Britos, Santo Amaro, Travosa, onde pegávamos o barco para São José de Ribamar. No litoral ocidental, viajei de barco de São Luis e Alcãntara à Cururupu e Ilha dos Lencóis.
“O Maranhão tem um tempo próprio, mais aconchegante que a neurose aqui do sudeste”.
SoT – E o que podemos esperar do seu trabalho para o futuro?
“Estou produzindo dois livros atualmente, sempre seguindo esse viés histórico-geográfico: O primeiro é chamado: Em Busca de Sefarad – De Portugal a Recife, que conta a saga dos cristãos novos e judeus na formação do Brasil e de Recife, a partir da Inquisição e das perseguições em Portugal, da fuga para Amsterdã e da formação de Recife. É um desafio, pois ao contrário do Maranhão, tenho que construir uma história visual com a ausência, muito mais do que com a presença do tema principal do livro”.
“O outro projeto é sobre Visconde de Mauá, lugar icônico no alto da Serra da Mantiqueira, na fronteira dos estados do RJ e MG,, onde iam viver os hippies no auge dos anos 70 e da Contracultura. Lugar cheio de cachoeiras e adeptos da cultura oriental, alimentação vegetariana e vegana, Uma das melhores qualidades de vida que já vi na minha vida”.
E ai curtiu conhecer esse trabalho? Comenta aqui embaixo!
Quem curtiu o trabalho do Felipe Goifman, pode correr para adquirir os livros diretamente com o autor pelo Facebook, pelo Mercado Livre, Livrarias Leitura.
Em São Luis, na Livraria Poême-se! O Riba vai atender você com muito carinho na Rua João Gualberto, 52 – Praia Grande, São Luís – MA, 65010-300 – (98) 3232-4068
Leitores do Sobre o Tatame tem 10% de desconto na compra! Quem se interessar entra em contato com a gente que disponibilizamos os cupons! Mas corre que são limitados!