#EspecialBR135 | Lurdez da Luz traz ao BR-135 a voz da nova geração do rap nacional

Quando meu brô Jonas Sakamoto me passou a visão pra eu escrever esse texto sobre Lurdez da Luz, uma das atrações do BR-135 deste ano, eu falei: “Irmãozinho, eu conheço muito pouco da Lurdez, quase nada, mas topo fazer a parada. Missão é missão!”. Pois bem, me debrucei sobre o trampo dela. Curti vários clips, parcerias com outros artistas, o que tem no Spotify, assisti algumas entrevistas e tudo quanto é bagulho relacionado a ela. Conclusão: essa mina é foda, man! Correria, é mãe de dois filhos, casada e batalhou pra caralho até começar a ganhar o respeito de uns e outros, e, o melhor de tudo, tem uma caneta pesadona, escreve pra caralho, canta muito e abusa de um flow original e bem gostoso para os ouvidos. Salve, BR-135! Sempre me apresentando coisas nova. Então, vamos trocar uma ideia sobre Lurdez da Luz…

Nascida no bairro da Luz (daí surgiu seu nome artísticos), lá em Sampa, Lurdez da Luz tá no corre desde de 2010. Começou a rodar pelo cenário após uma parceria com o grupo Mamelo Sound System e logo que começou a ganhar visibilidade gravou com a Nação Zumbi, com Céu, também com o saudoso mestre Naná Vasconcelos e mais um monte de gente. Colou só com gente boa.

Neste mesmo ano de 2010 lançou seu primeiro trabalho, cujo o clip da música “Andei” pipocou na MTV, inclusive com um show épico no VMB de 2011, que, depois de muita procura, consegui achar para assistir: e foi foda mesmo! Energia monstra! Depois disso tudo, Lurdez ganhou o mundo, rodou pela Europa, fez shows por várias capitais brasileiras e agora, graças aos nossos brothers do Festival BR-135, vai tocar pertinho de noiz, bem aqui no Centro Histórico.

Vamo seguir nossa prosa sobre a Lurdez. Saí escutando vários sons dela e me deparando cada vez mais com a forte acidez das suas letras, sempre com levadas e beats da hora. Ela é sarcástica e manda bem demais, tipo no trampo chamado “Vou querer o meu” – cujo clipe encontrei no canal do Rap Box -, quando ela solta no refrão a frase: “dinheiro fede, mas eu vou querer o meu”. Já na música “Andei”, que tem um clipe bem maneiro e simples, Lurdez fala um pouco do momento decisivo para uma guinada na sua carreira e dos rôles necessários pelas ruas de SP. Um dos versos bem emblemáticos do som é: “me sinto presa nas amarras de concreto e aço, parece ser encaixe, a vida aos pedaços”.

Neste parágrafo estou escutando o EP 2010, onde encontrei os sons que eu mais gostei. É mais “rapzão”, saca? Tem uns beats muito bom e a Lurdez explora bastante sua versatilidade no flow. Destaque para a música “Saudade”, que tem a participações de Jorge du Peixe, vocalista da Nação Zumbi. Essas duas vozes casaram de forma perfeita, o som ficou do caralho. Se liga: 

https://www.youtube.com/watch?v=zFfDWNg63mk

Vi também que a Lurdez da Luz gosta de explorar alguns sons com “refrãos” dançantes, tenho certeza que a galera vai dançar demais aqui em SLZ. É legal ressaltar que ela faz parte de uma geração muito boa do rap feminino, ao lado de Karol Conka, Drik Barbosa, Flora Matos e umas e outras aí…Não me lembro de uma fase tão boa e produtiva das minas brasileiras no rap. Enfim, estamos superando as barreiras das ideias erradas, que venham muito mais vozes femininas nos mics.

No mais, não tem mais. Já quero é sacar o som de perto, vendo o trampo fluir em simbiose com a energia do público maranhense.

Foi bem legal conhecer mais essa voz do rap nacional. Estou também muito ansioso pra ver outras coisas novas que vou encontrar no “BR”, afinal tem pelos menos umas cinco atrações nesta edição que eu não conheço. Vou de coração e ouvidos abertos.

A gente se tromba lá pelo Centro Histórico. É noiz…

Se liga nesse som aí também:

 

Jornalista, apaixonado pela família, futebol, rap e cinema. E, apesar de não acreditar em muitas pessoas, crê que o amor é capaz de transformar qualquer coisa.

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