Alunos foram provocados a construir composições cujo conceito explorasse o poder do autorretrato (Foto: Reprodução/Divulgação).
A partir de novembro, a exposição Eu, Cianotipia conta com obras produzidos por 12 alunos do curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
A exposição ficará em cartaz entre os dias 5 e 23, na Galeria Acadêmica do curso de Artes Visuais, no Casarão Azul, que encontra-se na Rua Humberto de Campos, 174, Centro.
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Orientados pelo professor Dr. Pablo Sérvio, os alunos foram provocados a construir composições cujo conceito explorasse o poder do autorretrato. “Quem sou eu?”, “Quem sou eu quando…?”, “Quem eu poderia ser se….?”, “Quem sou eu segundo os outros?” – foram algumas das perguntas geradoras deste desafio.
Além dos autorretratos, os alunos foram instigados a construir composições com fotogramas, técnica em que fotografias são criadas sem o uso de câmeras. Posicionando objetos entre o papel sensibilizado com soluções sensíveis à luz e a fonte de luz em si, registra-se então a forma, a silhueta destes objetos. Por fim, as obras revelam reflexões diversas, como a relação com o corpo, gênero, solidão e expectativas paternas.
Cianotipia
A exposição apresenta essas autorreflexões destes alunos, mas apresenta ainda a cianotipia. Todos os trabalhos utilizam a técnica da cianotipia, processo fotográfico alternativo desenvolvido no século XIX por John Herschel.
Seu inventor foi o mesmo cientista que criou processos fotográficos como a Fitotipia, em que imagens são produzidas a partir de sumos de vegetais, como a beterraba, e o Marrom VanDyke, que produz imagens com uma tonalidade marrom a partir de soluções de compostos com ferro e prata. Suas pesquisas registram a busca pela fotografia colorida, contudo ele mesmo nunca conseguiu resultados que não fossem
monocromáticos.
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A cianotipia tem como característica principal a síntese de um belo pigmento azul profundo chamado Azul da Prússia. Uma curiosidade sobre a história da cianotipia é tratar-se da técnica utilizada no primeiro livro feito totalmente com fotografias, o da botânica Anna Atkins, que criou fotogramas de algas.
Os alunos da licenciatura em artes visuais foram desafiados a desenvolverem-se tecnicamente neste processo, a experimentar com diferentes formas de pincelar as soluções químicas nos suportes, a pensar nas possibilidades que o suporte traz às imagens, experimentando com diferentes tipos de papéis e tecidos e explorando também as chamadas viragens, em que por meio de reações químicas é possível alterar a cor original da imagem.
Estas experiências técnicas e artísticas fazem parte de processo de planejamento de curso de extensão sobre este e outros processos fotográficos alternativos que será ofertado pelo professor Dr. Pablo Sérvio tanto a alunos do curso de Artes Visuais quanto a demais interessados.
Na exposição também serão exibidos os negativos utilizados no processo de confecção dos autorretratos, pontuando assim a devida importância desta ferramenta para a história da fotografia. Além disso, os visitantes poderão apreciar testes de viragens com diferentes reagentes, desde químicos industrializados a um simples café ou a chás, como o verde, de casca
de cebola e de canela.
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A abertura será às 18h e a visitação é gratuita e contará com monitoria entre 9h e 12h e 14h e 17h. Para mais informações, no perfil do Processos Fotográficos Alternativos (extensão do curso de Licenciatura em Artes Visuais da UFMA) no Instagram – clique aqui.