Eu tenho um poledance na sala de estar, e não, nem sempre é sexy

Ter um pole na sala de estar nem sempre é sinônimo de namoro regado a strip-tease. Ok, às vezes é. Mas, calma, deixa eu introduzir essa história direito.

Sou poledancer, tenho um pole na minha sala de estar e há quatro anos venho descobrindo uma maravilhosa forma de me reinventar. Bom, pra quem não conhece, poledance significa literalmente dança no mastro e é uma das modalidades que mais cresce no Brasil e no mundo.

O pole pode ser, além de dança, um exercício físico descontraído, uma pequena fuga da vida cotidiana, ou até mesmo uma seita, um ritual bruxão. Pra mim, pole é tudo isso e um pouco mais.

É um esporte completo, onde você desenvolve força, flexibilidade e resistência. É, às vezes, terapia (que as/os amigas(os) psicólogas(os) não me ouçam), ás vezes superação, às vezes frustração, mas é, acima de tudo, sobre entender seu corpo e suas possibilidades de criação.

(Foto: Arquivo pessoal).

Toda e todo poledancer tem um quê de versatilidade. Ora forte, ora sensual, ora artístico… Dançar no pole pode ser incrivelmente atraente e hipnotizante. O que quase ninguém sabe é que isso requer disciplina e trabalho.

Na maior parte das vezes, o treino é dolorido, as travas deixam marcas roxas na pele e nem sempre o corpo entende de primeira o encaixe. Tudo isso faz parte!

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Para superar os desafios e alcançar aquele tão almejado movimento, nos tornamos uma mega rede. Trocamos dicas, compartilhamos nossas conquistas e estamos sempre ali para segurar uns aos outros, principalmente nos tricks de cabeça pra baixo.

A medida que ganhamos confiança na prática, experimentamos coisas novas, nos permitindo mergulhar em diversidade. E aí, pronto, viramos realmente uma seita, propagando a palavra sagrada em todos os lugares.

(Foto: Arquivo pessoal).

Eu entendo o poledance como instrumento no processo de autoconhecimento. Com ele, descobri diferentes facetas: a atleta de habilidades incríveis; a mulher de sensualidade presente; e a artista capaz de desconstruir linguagens. Muitos dos meus polefriends têm percepções semelhantes e afirmam que, graças ao pole, floresceram qualidades que antes só estavam adormecidas.

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Não, não é sempre sexy, nem sempre fluido ou bonito, às vezes falta a força necessária e a gente se sente um grande saco de batata. Mas é sempre uma louca e deliciosa jornada em que brincamos e brindamos diferentes descobertas.

Poledance é o poder! Não à toa tenho um em minha sala de estar: quando entrar em casa depois de um longo dia, vejo o pole e lembro das conquistas que tive com a dança.

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Partilhar comigo diariamente essa maravilhosa sensação de confiança e bem estar foi, com toda certeza, a melhor escolha para decoração de casa.

(Foto: Arquivo pessoal).

Se você quiser acompanhar minha rotina de treinos em casa, segue meu perfil de pole, o @polesereia. Lá, eu compartilho um pouco dessa louca polejornada 😉

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Júlia Antunes é comunicóloga e estrategista criativa com foco em mídias digitais. Desenvolve projetos na área da cultura, como o podcast Elas Criativas e o documentário Coreiras. Atualmente, assina o marketing digital junto do time SobreOTatame e é uma apaixonada por artes no geral.

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