Festival BR 135: uma experiência que você precisa viver

(Foto: Jonas Sakamoto / Equipe SobreOTatame.com)

Uma festa a céu aberto e no coração do Centro Histórico de São Luís, o Festival BR 135 começou como um evento mensal com o objetivo de reunir bandas independentes e fomentação de público no finado Circo da Cidade. Anos depois, tornou-se algo carimbado na agenda cultural do Maranhão. E, apesar de ter mais de 5 anos de atividade, a existência dele para alguns ainda é uma novidade: uma saborosa novidade cultural na Jamaica Brasileira.

Como ludovicense de coração e fã da cena cultural, ir ao Festival BR 135 após um mochilão e uma breve estadia em São Paulo, viver de perto essa experiência foi (e ainda está sendo) um negócio que reverbera dentro de mim e me faz ter mais orgulho ainda de ser maranhense.

Nada contra os picos do país, mas aqui rola uma energia que te prende e faz querer viver mais e mais viver nessa Ilha Magnética (pra quem não sabe, um dos apelidos de São Luís). E o que rolou nos últimos 6 dias (contabilizando os dois fins de semana do evento) me fez entrar numa reflexão empática de que vale a pena se ligar nos aspectos positivos que a cidade e seu povo proporcionam.

Pensando nisso, trouxe alguns motivos que faz jus ao título desta matéria: o porquê você precisa viver uma experiência de prestigiar o Festival BR 135.

Formato

(Foto: Jonas Sakamoto / SobreOTatame.com)
(Foto: Jonas Sakamoto / SobreOTatame.com)

A começar pelo formato do festival, que este ano teve múltiplas maneiras de ocupar o Centro Histórico de São Luís: reggae no Beco Catarina Mina, palcos na Nauro Machado e Praça da Criança (agora chamada Praça do Reggae), feira gastronômica e criativa ao lado da Casa do Maranhão, além das oficinais proporcionadas em sua programação do Conecta Música.

Tudo foi pensado para proporcionar uma imersão tanto do público em geral, como para quem pretende ou já trabalha no meio artístico.

E isso nos leva ao próximo tópico.

Uma programação acessível

Grande parte da programação do festival é gratuita.

Sim, de graça, 0800. As oficinas e shows eram 98% gratuitos*, distribuídos, como falei acima, em vários ambientes e para todos os gostos. Nas oficinas, por exemplo, era só chegar cerca de uma ou meia hora antes de começar, fazer inscrição e pronto, entrada garantida. Oficinas essas que contaram com nomes locais e nacionais, jornalistas de pequenos e grandes veículos, bem como produtores de outros festivais da cena nacional.

https://www.instagram.com/p/BcH7hh9DWjZ/?taken-by=festivalbr135

Nossa participação no Conecta música! \o/ 

Além disso, a programação musical contou com diversos shows voltados para o público LGBT, Rap, rock, nova MPB, Carimbó, reggae, dub, etc.

 

*apenas o evento pós-BR era pago.

Line up responsa!

Pinduca trouxe o melhor do carimbó do Pará e contagiou o público com sua energia e espírito jovem. (Foto: Jonas Sakamoto / SobreOTatame.com)
Pinduca trouxe o melhor do carimbó do Pará e contagiou o público com sua energia e espírito jovem. (Foto: Jonas Sakamoto / SobreOTatame.com)

Tivemos apresentações memoráveis em 6 noites de shows e atrações.

O line-up deste ano contou com nomes de peso como: BaianaSystem, Pinduca, LaBaq, Xaxado Novo, Nômade Orquestra, Muntchako, Duo Finlandia, Lucas Estrela, Quarta Bê, Funk Como Le Gusta, entre outros. Além de nomes locais como Orquestra Maranhense de Reggae, Black & Tal, DJ Pedro Sobrinho, Soulvenir, Rosa Reis, Bloco Akomabu, Brutallian e representantes da cena LGBT como Vinaa, Only Fuego, Butantannn, Frimmes e Emne.

Responsa mesmo, meu primo. Se liga:

Movimentação da economia

Esse monte de gente indo de encontro ao festival traz um ponto legal a ser destacado. Além da feira gastronômica e criativa, os ambulantes e bares da região são abastecidos com um público afim de se divertir, consumir e celebrar a noite.

Ou seja, se tivermos um Centro Histórico cada vez mais movimentado, teremos mais direito de cobrar segurança, infraestrutura, mais opções de lazer e conexão com a história e cultura local em meio a um cenário lindo.

Ocupação do espaço público

Pegando um gancho do tópico anterior, uma coisa importante a ser falada: a cidade é das pessoas!

https://www.facebook.com/SobreoTatame/videos/1669141893116639

Parece meio lógico, mas a ocupação de locais públicos como praças e espaços abertos, é algo que precisa ser lembrado e trabalhado de várias formas, seja ela por meio de shows, saraus, oficinas ou atividades físicas, a cidade é minha e tua. Levando essa consciência, nós teremos mais pessoas circulando e, talvez, isso proporcionará a intimidação daqueles que pretendem cometer ilícitos, além do zelo por trazer um sentimento de pertencimento e elo com aquele lugar.

Um ambiente seguro e a possibilidade de conhecer novas pessoas e novas manifestações culturais, com música de qualidade e acessível, foi o que proporcionou essa edição do BR135. E o que ocorreu nos dois últimos fins de semana reforçou isso. Afinal, seria um sonho possível circular pela cidade tranquilamente e usufruí-la de maneira gratuita e disponível?

Inserção de São Luís no calendário de festivais do país

Em um dos papos que tivemos com a organização do festival, que você pode conferir clicando aqui, um dos pontos era sobre a inserção da cidade de São Luís no calendários de festivais pelo Brasil. Pois o Maranhão é celeiro de grandes artistas como Alcione e Zeca Baleiro e emergentes da nova geração, nos seus mais diferentes estilos e propostas.

A inserção de um festival como esse só traz aspectos positivos, pois todo mundo ganha com shows de artistas passando pela cidade, mais valorização do cenário cultural e diferentes formas de economia e valorização da cidade e do Estado.

Energia

Bem que poderia tecer alguns papos vibracionais e afins (risos!), mas o que quero falar mais é da atmosfera que permeou a região durante o festival.

Russo Passapusso durante o show do BaianaSystem. (Foto: Jonas Sakamoto / SobreOTatame.com)
Essa foto do Russo Passapusso durante o show do BaianaSystem poderia resumir bem. (Foto: Jonas Sakamoto / SobreOTatame.com)

Pelo menos com todo mundo que falei e observei: parecia que estava todo mundo extasiado e feliz por tudo que estava acontecendo ali. Seja pela banda que a pessoa era fã e finalmente estava assistindo, ou pelo reencontro de amigos, ou até mesmo somente um motivo para se divertir. A energia que pairou durante o evento era de querer morar ali perto ou só ir embora porque já estava dando a hora mesmo.

Fato é que a experiência do Festival BR 135 é algo que deixa um sabor de saudade e nos faz já imaginar o que o próximo ano nos reserva e como será o próximo capítulo deste festival que entrou no calendário nacional de festivais independentes do Brasil.

E você, o que achou do Festival? Toparia mais um fim de semana de música e festa? Se você foi, comente e diga a respeito! E se você não foi, uma dica: não perca a próxima edição, em 2018!

Nos vemos lá?


Veja todos os materiais que publicamos de aquecimento ao Festival BR 135 clicando aqui!

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Jonas Sakamoto é jornalista e diretor de fotografia. Atua em São Luís como produtor audiovisual, diretor e editor. Já produziu conteúdo para Imirante.com, portal PapodeHomem e, atualmente, trabalha como repórter na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). É fundador e editor-chefe do SobreOTatame.com e viciado em ciclismo.

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