Há umas duas semanas atrás eu resolvi fazer algo que vinha adiando há meses: dar uma geral nos arquivos do cartão de memória da minha GoPro. E eis que ao fazer isso, tive uma grata surpresa e que levou ao título (e ao vídeo) ali acima. E, pensando nisso, resolvi trazer um material e mostrar que é legal explorar as redondezas e lugares que moramos, mas, muita das vezes, não observamos com mais atenção. No meu caso, o que a região próxima a minha cidade, São Luís, tem a oferecer.

Alcântara

Apesar de ter sido minha segunda visita a cidade, foi a minha primeira sozinho. E numa decisão “do nada”, sondei os horários e valores dos barcos e catamarãs para lá, peguei minha barraca, colchonete, umas roupas e coloquei tudo no mochilão (Thaís Miranda, filhota, te amo!) e liguei pra uma amiga pra pedir informações de um hostel que havia lá. Nisso acabei embarcando na manhã seguinte por volta das 9h e em Alcântara eu fiquei no Tijupá Hostel, na área de camping mesmo.

Ao chegar e achar o hostel, fiz meu check in, escolhi o canto na área de camping e levantei minha barraca. Feito isso, fui almoçar e no período da tarde fui fazer algo que me amarro: explorar o local. Pelas andanças conheci o “Chibé”, um guia local que me levou por uns picos atípicos da cidade e outros nem tanto, como: na parte onde é possível ver o voo dos Guarás e na volta pegar um caminho entre pedras e experimentar uma travessia em um mangue e ser presenteado com uma praia deserta com São Luís do outro lado. E depois da sacada do Chibé, cedi ao mergulho: “Jonas, meu conselho pra você: a maré está secando, então aproveita e mergulha para as energias ruins irem embora e você ficar bem!”. Sábio, Chibé!

Depois disso, fomos em direção a cidade e com os pés sujos de lama, fomos à um mirante e ele me contou um pouco da história do lugar e como ali é repleto de energias.

Dado curioso: todos que visitam Alcântara conhecem apenas a parte histórica, mas o município é praticamente do mesmo tamanho da ilha de São Luís e possuí um número considerável de comunidade quilombolas

Abaixo algumas fotos para vocês:

Só respira. (Foto: Arquivo pessoal)
Só respira. (Foto: Arquivo pessoal)
A vista do lugar. (Foto: Arquivo pessoal)
A vista do lugar. (Foto: Arquivo pessoal)
Vocês não têm ideia do quanto é massa pisar na lama do mangue. (Foto: Arquivo pessoal)
Vocês não têm ideia do quanto é massa pisar na lama do mangue. (Foto: Arquivo pessoal)
Vista bonita né, mas infelizmente havia muito lixo no local. (Foto: Arquivo pessoal)
Vista bonita né, mas infelizmente havia muito lixo no local. (Foto: Arquivo pessoal)
Um dos locais onde eram comercializados os escravos no século passado. (Foto: Arquivo pessoal)
Um dos locais onde eram comercializados os escravos no século passado. (Foto: Arquivo pessoal)

Cachoeira do Arruda em Morros

Já colar na Cachoeira do Arruda surgiu após um convite aparentemente “do nada” de dois amigos (o Gustavo daqui do nosso espaço) e a Dil (é noiz, Xablauzinha) e ainda levamos Braguinha. Com orientação dada por eles, não marquei nada em um sábado de agosto passado e confiei neles. A missão: achar a Cachoeira do Arruda no município de Morros.

Saímos exatamente as 6h da matina e depois de cerca de 1h30 de estrada, chegamos à Morros e fomos sondando informações de como chegar a tal Cachoeira do Arruda. Na peregrinação por informações, descobrimos que perguntar nunca é demais e é preciso malícia para pesquisar valores para chegar ao local.

Infelizmente não existe nenhuma sinalização de acesso ao local, fomos aventurando e depois de ir e vir na estrada que vai em direção a Barreirinhas, logo após a rotatória que sinaliza Icatu, Morros e Barreirinhas, encontramos a estrada de piçarra que desencadeia em um local que ficam os carros 4×4 e pau de arara que fazem o translado até a cachoeira.

Chegando lá, descobrimos que o valor cobrado para levar (e buscar) é de R$ 200 a R$ 250 o grupo. Ou seja, quanto maior o grupo, mais barato sai dividindo tudo. E o trajeto é curto, de apenas 4km, em que é possível ir a pé, mas não recomendamos.

Uma vez lá, bom, deixo as imagens abaixo falarem por si só:

Felizes pouco por ter encontrado o pico. (Foto: Arquivo pessoal)
Felizes pouco por ter encontrado o pico. (Foto: Arquivo pessoal)
Pense em algo relaxante? (Foto: Arquivo pessoal)
Pense em algo relaxante? (Foto: Arquivo pessoal)
Sim, a água é muito transparente! (Foto: Arquivo pessoal)
Sim, a água é muito transparente! (Foto: Arquivo pessoal)
Ah isso pelo menos uma vez por semana, hein. (Foto: Arquivo pessoal)
Ah isso pelo menos uma vez por semana, hein. (Foto: Arquivo pessoal)
Só sente. Só. (Foto: Arquivo pessoal)
Só sente. Só. (Foto: Arquivo pessoal)

Ilha do Medo

E fechando essa lista curta de picos, apresento-lhes a Ilha do Medo.

Situada próximo a Ponta da Espera e ao porto da Vale em São Luís, a ilha fica a apenas dez minutos de barco e é um destino para quem quer algo bem roots e isolado com apenas a natureza fazendo companhia.

Pelo que sondei, existem cerca de 20 famílias morando no local e não existe energia elétrica, as famílias vivem de maneira humilde e da pesca. Para eles, a ilha é uma espécie de santuário e morada, em que cuidam do local com zelo e brigam se os visitantes ousarem bagunçar a harmonia da ilha.

O convite para colar lá surgiu de maneira meio “aleatória” de duas amigas, a Milena e a Maria, e fechamos um grupo para ir. E uma coisa é importante falar: levamos tudo! Bebida, comida, barracas e o necessário para apenas passar uma noite. Em que fomos no fim da manhã e voltamos na manhã seguinte.

O lado escolhido para acampar quase não tem vento e o sol se põe na nossa frente tocando o mar e provocando uma explosão sensorial com vibrações que provocam euforia e você simplesmente quer largar a loucura do mundo lá fora e se permitir apenas sentir o gosto da vida e sentimentos bons. É sério, só presenciando pra entender.

A data escolhida por nós coincidiu em noite de Super Lua. Com isso, a maré subiu consideravelmente e tivemos realocar nossas barracas, porém foi surreal a energia e notar todos sendo iluminados apenas pela luz do satélite natural do Planeta Terra.

Na manhã seguinte fizemos uma trilha por dentro de uma floresta que existe lá e vai dar do outro lado da ilha, uma vez lá é possível ver São Luís e as praias do Amor e da Guia. Além de curtir uma vista privilegiada de um pico e piscinas naturais feitas pela maré. E atenção: MUITO cuidado com a força da maré da correnteza.

Abaixo um pouco do que vimos por lá:

Pra vocês entenderem o pôr do sol de lá. (Foto: Maria Freitas)
Pra vocês entenderem o pôr do sol de lá. (Foto: Maria Freitas)
Nosso sorrisos falam por si só. Que brisa fina! (Foto: Maria Freitas)
“Sente ser neurônio de uma grande mente?” – Síntese (Foto: Walquiria Monteiro)
Essa travessia de volta foi molhada e com emoção.
Lá do outro lado a Ilha de São Luís. (Foto: Walquiria Monteiro)
Sobre a trilha que havia falado. (Foto: Walquiria Monteiro)
Sente o visual, era assim que a gente acordava!
Salve os exploradores Walquiria, Thiago e Maria. Foi massa!

PS¹: no vídeo existe umaa cena que estou andando de Slackline em cima de um morro foi na praia de Boa Viagem, no município de Paço do Lumiar.

PS²: e existem umas três cenas de São Luís também no vídeo.


E aí, curtiu o material? Tem alguma sugestão ou dica? Cola aí nos comentários para trocarmos ideia!

administrator
Jonas Sakamoto é jornalista e diretor de fotografia. Atua em São Luís como produtor audiovisual, diretor e editor. Já produziu conteúdo para Imirante.com, portal PapodeHomem e, atualmente, trabalha como repórter na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). É fundador e editor-chefe do SobreOTatame.com e viciado em ciclismo.

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Alexandre Reis
Alexandre Reis
5 anos atrás

Como fasso para atravessar para ilha do medo