Topam três dicas de conteúdos pra lidar com a saúde mental neste período de isolamento social? (Arte: Patrícia Adélia).
Quem diria que viveríamos algo como a pandemia da Covid-19, né? Aprendemos na infância e adolescência inteiras sobre guerras, discursos históricos, revoluções e doenças com tanta naturalidade, mas de alguma forma, era como ouvir um contador narrar uma história distante, uma fantasia, assim como nos filmes ou livros.
Acredito que tenha sido um momento um tanto difícil para a maioria das pessoas, e não foi diferente pra mim. Estar em casa, fechada com muitas pessoas (convivo diariamente com seis pessoas, mas em uma parte desse período foram oito) – que no dia a dia “normal”, vejo durante umas poucas horas -, foi um tanto sufocante. Isso não era só por conta da quantidade de pessoas e da demanda de atenção que isso exigia de mim, era também por conta de todo o resto.
Estar enclausurada de maneira compulsória não é só sobre estar em casa, significa também não ter muito pra onde olhar, significa não poder escolher espacialmente para onde ir além dos cômodos de onde mora, nem com quem conversar (considerando que eu estava completamente saturada de videochamadas e sou péssima em responder mensagens). Acaba que o que resta, em alguns momentos, é olhar para o que a gente tem dentro. É se enxergar.
Não sei se você que está lendo passou por isso, mas olhar pra mim não foi nada fácil. Olhar pra mim implica em parar. Parar o tempo por alguns instantes, o que antes da pandemia era quase impossível pra mim. Tem sido um processo doloroso e difícil, mas também engrandecedor.
Na correria do dia a dia, no fluxo de informações/conteúdos, a gente se perde no tempo e acaba se perdendo também. Sei que estamos vivendo um momento atípico, mas foi nesse cenário que consegui desenvolver ainda mais o exercício diário de olhar pra mim, me observar e me ouvir.
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Bom, mas como disse no título do texto, esse é um breve desabafo e algumas indicações. No início desses meses em casa, eu não conseguia assistir ou ouvir muitas coisas. Tudo parecia me sufocar por ser mais uma coisa no dia. Mas, recentemente, me deparei com conteúdos que pareciam estar alinhados com o momento em que estou vivendo, então aí vai:
1 – AmaElo Prisma
Minha primeira indicação é o podcast AmarElo Prisma, do rapper, cantor e compositor brasileiro, Emicida. O projeto é resultado do experimento social AmarElo, proposto pelo cantor. O podcast foi lançado em maio deste ano, destrinchado ao longo de quatro semanas.
Segundo a descrição do projeto, ele tem por objetivo promover uma mudança de comportamento que permita um respeito à pluralidade do Brasil. Para isso, eles partiram de narrativas pessoais para chegar a soluções coletivas.
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Os episódios estão disponíveis nas plataformas digitais de áudio:
2 – Down to Earth with Zac Efron
Down to Earth é uma série documental em que Zac Efron, famoso ator de Hollywood, e Darin Olien, uma espécie de guru norte-americano que fala sobre vida saudável e super alimentos, viajam o mundo para falar sobre vida sustentável, energia limpa e natureza.
Na abertura, falam sobre buscar novas perspectivas para problemas antigos. A série contém uma temporada com oito episódios. Cada episódio corresponde a um país diferente – às vezes, em mais de uma cidade no mesmo país, passando por Islândia, França, Costa Rica, Sardenha, Lima, Londres e Iquitos.
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A série é original da Netflix, sendo assim, a temporada inteira está disponível na plataforma. Assistam o trailer:
3 – Já pensasse?
“Já pensasse?” é um projeto criado pelo jornalista e apresentador brasileiro, Caio Braz. A produção é dividida entre IGTV e, mais recentemente, podcast com conteúdos, assim como boa parte dos trabalhos do Caio, voltados para questões sociais, políticas e culturais.
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A primeira publicação foi de um vídeo no IGTV sobre a Covid-19. Entre os vídeos, há temáticas como a saúde mental na pandemia, pink money e libido. Já o primeiro episódio do podcast, lançado no último domingo (23), aborda a temático do slow content, para pensar se menos é mais no meio digital, com a participação da Alexandra Gurgel (@alexandrismos) e Marcela Ceribelli, CEO e diretora criativa da @obviousagency.
Os vídeos podem ser acessados através do perfil no instagram @caio, e o podcast está disponível nas plataformas digitais de áudio:
E você, como está sendo para lidar com o isolamento social e a pandemia da Covid-19? Quais ferramentas têm utilizado para lidar com tudo isso?
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