Texto de Rebecca Medeiros, em colaboração ao SobreOTatame.com (Foto: Divulgação/Plenarinho).
Certo dia (um desses diversos dias de quarentena), após uma aula (à distância) que tive sobre a participação da mulher na política, parei para ler o livro “O Voto Feminino no Brasil”.
Nesse livro, conheci diversas pessoas que lutaram para que meu direito ao voto, hoje, em 2020, fosse garantido. E saber disso me gerava um sentimento de gratidão à cada página daquele livro.
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Junto à essa gratidão, vinha também uma indignação: por que eu, em meus 25 anos de vida, nunca tinha conhecido a vida dessas pessoas?
Então, escolhi a personagem histórica que mais me marcou durante a leitura do livro e resolvi compartilhar com algumas amigas sobre o que eu tinha aprendido. Não sei vocês, mas eu tenho comigo (sempre) a certeza de que informação foi feita para ser compartilhada. Então. agora estou aqui transformando esse grupo de amigas nesta postagem no SobreOTatame.
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Dizem por aí que é preciso conhecer algo para ser capaz de amá-lo, né? Esse é meu intuito com este texto: fazer conhecer. Espero que vocês se apaixonem pela Leolinda, assim como eu me apaixonei.
Leolinda
Leolinda Daltro foi uma mulher nordestina, divorciada, mãe de cinco filhos e professora que lutou para que nós, mulheres, fôssemos incluídas na sociedade.
No início do século 20, quando nós, brasileiras ainda não podíamos exercer nem nosso papel de cidadãs através do voto, ela fundou uma agremiação chamada Partido Republicano Feminino, a fim de defender o sufrágio feminino e emancipar a mulher de todas as formas de exploração.
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Além disso, ela também criou uma escola para mulheres, onde, através da educação, pretendia abrir os horizontes femininos e fornecer mais oportunidades no mercado de trabalho.
Leolinda entendia que, “sem o direito de votar e sem educação profissionalizante, as mulheres jamais seriam ouvidas pelos homens poderosos nem poderiam construir vidas autônomas” – afirmou em citação do livro O Voto Feminino no Brasil.
E a Leolinda é apenas uma no meio de tantas outras que lutaram pelos direitos que nós, mulheres, temos hoje.
“Como mulher que sou, com um sentido superior de altruísmo, tenho me preocupado com a necessidade de minorar o sofrimento humano e de se atingir uma melhor distribuição da Justiça”
Leolinda Figueiredo Daltro, em entrevista à Revista Feminina.
Para conhecer outras mulheres que fizeram parte do movimento sufragista no Brasil, uma ótima indicação de leitura é o livro O Voto Feminino no Brasil, disponibilizado gratuitamente no Portal da Câmara dos Deputados (link aqui).
Nota editorial: o SobreOTatame.com é um site que produz conteúdos de cidadania, comportamento e cultura. Por meio dos conteúdos que publicamos, acreditamos na informação como força de educação e discernimento, desta maneira, abrimos espaço para profissionais que possam tratar de temas mais especificamente.
Rebecca Medeiros é administradora, trabalha com marketing e pretende, um dia, contribuir para a democratização da educação no Maranhão. Para conhecer mais dela, siga-a no Instagram: @rebecca.medeiross.