O artista maranhense Sative Plant, atualmente morando em Lisboa (Portugal), lança seu primeiro álbum, o projeto Nova Essência. O trabalho une R&B, Soul e a força do reggae que acompanhou o musico por essa travessia.
Trazendo uma linguagem minimal e uma mensagem de fé e autocrítica, o álbum distribui pelas faixas a força que foi necessária para ser realizado, a fé para viver momentos importantes de transição na vida, como amadurecimento diante do sonho do artista, a felicidade em ser pai e a coragem em tentar conquistar o mundo fora do seu lugar de origem.
Destaque para faixa de lançamento, o single Força do Leão, já disponível nas plataformas digitais, retratando a energia do projeto com uma musicalidade envolvente que permite que a mensagem seja ouvida e absorvida, falando sobre paz de espírito e autoconhecimento.
Nova Essência é um convite do Sative Plant para o seu mundo, como quem convida alguém para um jantar em sua casa, o álbum é convidativo, hospitaleiro e traz o músico oferecendo em cada faixa uma receita que deu certo – acreditar.
O projeto tem produção musical de Adnon Soares, que dá voz também a algumas faixas, parcerias com músicos maranhenses da banda Cena Roots e Casa Loca, e uma regravação do compositor maranhense José Rodrigues, conhecido como Kit Juba de Leão.
Um álbum com um som moderno, atraente, bem produzido e carregado da essência da velha e boa música rasta negra periférica que deu ao Sative Plant a força que ele precisou pra encontrar a sua própria quanto artista, músico e pessoa.
Confira, abaixo, uma entrevista com o Sative Plant:
1 – Quando você começou a cantar profissionalmente?
Na verdade, estou na música de maneira constante desde os 17 anos, apesar de já tocar e cantar desde os 8 anos de idade. Toquei em várias bandas da cena autoral local, como Diamante Gold, Megazines, Fidop, Avião Baleia, Casa Loca, Marcos Magah, Cena Roots, Maredicima, Chaparral, dentre outras. Porém cantar e tocar começou só em 2009, com a Megazines. De lá pra cá, não parei mais.
2 – Em São Luís, quais foram as suas vivências musicais?
Toquei em alguns festivais de São Luís, como Aldeia Sesc Guajajaras (…). Fiz muito [de tocar] voz e violão em bares, principalmente, da orla pra pagar meus boletos [risos]. Fomentei cultura junto ao selo Casa Loca, onde fazíamos eventos semanais no Centro de Cultura do Mestre Amaral. Toquei em várias bandas e produzi alguns discos também, como o da Banda Noir.
3 – Porque fazer uma carreira internacional antes de uma no Brasil?
Não foi pensado dessa forma “fazer carreira internacional”. Na verdade, eu e minha família já tínhamos a ideia de nos mudarmos pra Europa porém com o nascimento da minha filha Sol e o contexto político vivenciado pelo Brasil, não tive dúvidas de que aquela era a hora certa (em 2018) de vir e foi isso.
4 – Qual foi o seu maior desafio em terra estrangeira? Não lembro agora, mas acho que os comuns mesmo: sair da zona de conforto é desafiador, fazer network e mostrar a cara. Conhecer gente pra mim é sempre super difícil pois sou muito anti-social e tem sido bom pois estou quebrando isso em mim e tá ajudando muito.
5 – Como tem sido a receptividade de seu trabalho aí na Europa?
Tem sido muito boa. Além de tocar em Pubs e Bares da cena por aqui, eu toco bastante na rua também. Tocar na rua foi meu maior desafio. Tem que ter muita coragem e humildade pra tocar na rua e se relacionar com os artistas de rua, porém é muito gratificante. Quando alguém para pra te ouvir e por que se conectou de alguma forma com o que tu tá fazendo e quando ele coloca uma gorjeta no teu case, é muito verdadeiro. Eu até prefiro tocar na rua. Ao contrário do que se pensa, se ganha até melhor do que tocando em bares e é mais real. Num bar, muitas vezes, se é apenas pano de fundo de um clima de azaração, sem falar que não tem melhor vitrine do que a rua. As melhores oportunidades que tive foi por ser visto tocando na rua.
6 – Qual o conselho que você dá para quem quer seguir este mesmo caminho?
É bom ter algo pra mostrar, já ter uma bagagem musical claro, ter um trabalho bem alinhado (…). Eles gostam muito da nossa arte por aqui e também a consomem muito.
7 – Quando o disco será apresentado para o público maranhense?
Antes de mais nada, a saudade da ilha é grande demais e dos irmãos de som também. Eu lancei a primeira faixa e um clipe, respectivamente, que estão em todas as plataformas de streaming. Mas quando eu for a São Luís, vai ter show do disco completo. Por enquanto, tô correndo bastante por aqui mesmo.
8 – Quais são seus próximos projetos?
Já gravei outro clipe aqui em Lisboa, que vou lançar em julho, da faixa Ela me faz pensar em Deus, música de um grande amigo aí da ilha e mestre na poesia, José Rodrigues (kit juba de leão), que na época que eu estava gravando o álbum com o produtor musical Adnon Soares, decidimos fazer uma versão dessa musica para eu regravar. Tô escrevendo o roteiro de mais um clipe que vou gravar em junho, da faixa Nova Essência.
*Com informações da assessoria.