A jovem fotógrafa Helen Salomão da Silva e Silva, de 21 anos, com formação em Arte e Tecnologia, transborda poesia através de suas lentes que registram empoderamento, feminismo, amor e muito mais. A baiana, natural de Salvador, nos concedeu a oportunidade de conhecer um pouco mais do seu trabalho fotográfico e trajetória pessoal.
Nas palavras da própria:
“Mulher, periférica, poetiza, entrando em buzu saindo de buzu, fotopoetizando no olhar e nas ideias. Mulher de andanças, de cabeça quente, mulher de fé, do asé, sou dias de sol quente, ou dias de nuvens, correria, recebendo mais do que deixando, buscando meu lugar ao sol sem pisar na cabeça de ninguém”.
“Minha mãe, mulher gorda, preta (de melanina acentuada) e pobre, sempre esteve a margem. Quando criança presenciei várias situações, que vai do preconceito/ discriminação que minha mãe sofria, até o espaço que residíamos, espaço esse tachado apenas como criminoso e sem cultura e gente de bem. Quando comecei a crescer e a entender quem eu era, no que eu acreditava, passei a me questionar quanto aos padrões corporais, da moda, da vida, e por ai vai… E é disso que falo nos meus projetos fotográficos, não consigo me ver falando de outra coisa, tenho a necessidade desconstruir esses corpos ditos “perfeitos”, preciso falar dos diversos corpos e tons da pele negra, precisava falava de periferia, preciso falar da minha realidade, e preciso ser caminho para que outras pessoas falem também.”
“Meus projetos fotopoéticos, desenhados com a luz ou escrito a mão falam da minha realidade, do meu cotidiano, da minha relação direta ou indireta com os espaços que percorro, falo das minhas ideologias, da minha militância. Busco através das minhas imagens e textos ajudar mulheres se libertarem dos padrões estabelecidos na sociedade, mostrar o empoderamento do homem e a mulher negra. E assim, vou eternizando momentos, me lendo no outro, me perdendo e me encontrando, quase um ‘autorretrato'”.
“Eu acredito que a fotografia, assim como a arte no geral, podem ajudar as pessoas, principalmente as que estão a margem e as opressoras. O Gorda Flor é um exemplo disso, recebi muitas mensagens de mulheres falando que amaram o projeto, que se sentiram representadas, e que através de minhas fotografias elas começaram a entender seus corpos e a se amarem mais”.
“Eu sou humana como todos, tenho meus momentos difíceis, de querer jogar tudo para cima, de pensar em desistir, porque, cá pra nós, eu quanto mulher, periférica e pobre querer viver de fotografia é loucura. Então os meus admiradores me ajudam muito a continuar, me dão muito apoio, me fazem acreditar que meu trabalho é de suma importância e que seria um egoísmo de minha parte desistir de uma coisa que não é minha e sim nossa“.
Agora vem com a gente conferir a poesia nas fotos!
Quem quiser pode ver mais do trabalho da Helen, é só seguir no Instagram, no Facebook, por meio de seu portfólio e, também, no seu Editorial Periferia. Vale muito a pena!
Além disso, a Helemozão está vendendo alguns retratos emoldurados na página do Facebook! Corre lá!
Perfeita no que faz! Lindo de ver seu trabalho e dedicação, notado de longe que ama o que faz.
O mundo é seu Helemozão! <3
Muito lindo mesmo Amanda o trabalho dela, a equipe do Sobre o Tatame esta encantada e honrada de poder exibi-lo aqui! Abraços! Esperamos que você volte mais vezes no nosso espaço!