Mais que amigas, friends!

Foto: Reprodução/Netflix.

Terminada a maratona da terceira temporada de Stranger Things, posso dizer que um dos acertos foi o fortalecimento da amizade entre Eleven e Max. Se na temporada passada, a relação das duas ajudou a trabalhar a superação da rivalidade feminina, nessa, o foco foi a importância da amizade entre garotas e futuras mulheres.

Imagino que, como muitas, fui uma adolescente de poucas amizades com outras garotas. Até sentia um certo orgulho de ter muito mais amigos que amigas. Hoje, vejo que, em grande parte, isso se deu por ser de uma geração na qual a rivalidade feminina era muito estimulada e pouco questionada.

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Além disso, percebo que a aproximação com os meninos vinha muito mais por gostar de tudo que a eles era atribuído e a nós negado. Ouvi muito a famosa frase: “Não é coisa de menina”.

Aos poucos, fui desconstruindo essas pré-noções e deixando que outras garotas, depois, mulheres, aproximassem-se de mim e digo: foi uma das melhores coisas que fiz na vida. Que amigas!!!!

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Ter uma amiga é encontrar uma parceria única, que entenda seus altos e baixos, suas dores e emoções. Uma amiga atravessa, diariamente, dificuldades semelhantes e, nas diferentes, não se coloca na posição de julgadora, mas sim, de intérprete, ajudando a compreender outros pontos de vista.

Aprendizado e gratidão

Essas amizades se formam e fortalecem nos lugares e momentos mais loucos. Uma herdei da minha mãe, algumas conheci no difícil ambiente de trabalho do jornalismo, outras na lida diária do mundo acadêmico. Todas me ajudam na árdua tarefa de tentar ser uma mulher melhor, dia após dia. Minhas amigas são minha inspiração, meus oráculos e, não sei como, aguentam até a TPM infernal desta ariana que aqui escreve (rsrsrs).

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Esse texto é de agradecimento a Karla por ter me chamado para aquela primeira festa; a Juliana por ter dividido o seminário de Otto Groth comigo, a Luíza por ter topado aquela cervejinha com batata frita e bacon; a Macelle por ter escolhido uma casa pra mim sem nem me conhecer; a Luanna que nem sei dizer como conheci porque já faz muito tempo; a Beth por dividir uma amizade fiel e antiga comigo…minha vida mudou muito depois da festa, do seminário, da batata frita, enfim de vocês.

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Para finalizar, eu queria dizer que vejo com muita felicidade as novas gerações fortalecendo amizades femininas e questionando a rivalidade que a sociedade, na maior parte do tempo, estimula. Ter uma amiga é ter uma irmã escolhida por você.

Millennials, tenho muita fé em vocês por todas essas mudanças de comportamento, não me decepcionem! Sejam amigas!

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Jornalista por paixão e formação; doutoranda em Jornalismo, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); e mestre em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Maranhão (UFSC). Fascinada por imagens, lugares e pessoas. Feminista desde criancinha!

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