Agosto é o Mês da Visibilidade Lésbica. Já venerou essas personagens hoje? (Foto: Divulgação).
Por Amanda Drumont e Thaisa Viegas
Agosto Sapatônico – e a gente aqui não pode deixar de celebrar esse mês dando visibilidade às nossas mulheres que amam intensamente outras mulheres.
A importância de agosto, mês da Visibilidade Lésbica, deve ser refletida por meio dos espaços que hoje transitamos e do direito de poder fazer isso segurando a mão da sua mina, sabendo que antes de nós chegarmos até aqui, muitas mulheres sofreram para que hoje isso fosse possível. Sabemos que ainda temos muita coisa pela frente, mas não podemos deixar de aproveitar a liberdade que já conquistamos e compreender que sempre teremos que lutar para amar uma outra mulher.
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Selecionamos com muito carinho, carinho mesmo, todas as nossas crush’s, brincadeira (porém são nossas crush’s insuperáveis sim), personagens lésbicas, SAPATÃO, de séries e toda essa cena cinematográfica, para celebrarmos o mês todo.
Vamos lá morrer aos pouquinhos com a gente?
Bette Porter (Jennifer Beals)
The L Word é uma série estreada em 2004. Imagina aí o impacto desta obra-prima, que teve sua última temporada exibida em 2009. Nessa época, eu nem sabia que poderia beijar garotas. No entanto, graças às deusas, as suas criadoras decidiram lançar uma nova temporada, The L Word: Geração Q, que foi ao ar em dezembro de 2019, dez anos depois de partir o coração da mulherada.
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Eu sei, Shane é a aclamada, no entanto meu bem, precisamos falar sobre Bette. Eu nunca superei essa paixão (risos) e ela é a prova de que amamos, erramos, corremos atrás, pode não dar mais certo e vamos de seguir em frente, né?
Bette é uma personagem que ganha nosso coração, perde ele no meio do caminho, depois ganha de novo. Vive diversos dilemas, como o fato de ser casada e querer compartilhar a maternidade com a sua parceira, o que desestabiliza um pouco a relação das duas e desencadeia uma série de questões como a busca por um doador, fidelidade no casamento, separação e maternidade. Oh mulher intensa!
Nicole Haught (Katherine Barrell)
Wynonna Earp e uma pergunta: quais as chances de uma policial lésbica cair de paraquedas numa cidade pequena rodeada por coisas sobrenaturais? Pois é exatamente o que acontece com a Nicole!
Ela é uma das protagonistas da série canadense que acaba de lançar sua quarta temporada. A personagem evoluiu e ganhou destaque, sendo hoje uma das mais queridas do público!
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Nicole é (linda!) leal, corajosa, honesta e tem um senso de humor delicioso. Eu sou apaixonada por ela porque é realmente uma vitória quando temos personagens lésbicas bem sucedidas em produções cinematográficas, né?
Essa personagem, além de ser assumida e querida por seu núcleo de amigos, acabou por formar um dos casais mais fofos e poderosos de narrativa lésbica e bissexual da televisão na atualidade! Nunca te pedi nada, assistam Wynonna Earp!
Poussey Washington (Samira Wiley)
Orange Is The New Black – vai, me dá aí a sua mão?! Se você não chorou por conta dessa personagem, é porque você provavelmente não assistiu à série mais sapatônica dos últimos anos.
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Sabemos que o contexto de OITNB é situado em uma penitenciária feminina e a série tem uma proposta de nos levar para dentro dessa vivência carcerária. Apesar da realidade do presídio ser bem distante do que de fato possa ser o sistema carcerário, o seriado nos sensibiliza para diversas questões que envolvem a temática como solidão, precariedade do sistema, racismo e tantas outras coisas.
Dentre todas as personagens lésbicas (e são várias), Poussey é uma das que arrebata o nosso coraçãozinho. A típica sapatão que se apaixona pela sua melhor amiga hétero, e que claro, não dá em nada essa paixão, além do que já sabemos. Porém, lá pra terceira temporada em diante, o melhor casal da série se forma, e francamente, é um dos casais mais fofos e cheio de amor.
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A Poussey se permite olhar para os lados e descobre ali, naquele lugar cheio de adversidades, um pontinho de felicidade. Soso e Poussey são um dos melhores casais dessa série!
Lexa (Alycia Debnam-Carey)
The 100 – “Me apaixonei pela pessoa errada” deveria ser a trilha sonora da Lexa. Acho super apropriado. Ainda fico me perguntando como uma mulher acostumada com batalhas, comandante de um exército, posto de rainha mesmo, se deixou levar por uma pessoa egoísta e narcisista como a Clarke? Não shippo mesmo esse casal. Por mim, ele poderia ter acabado antes mesmo de começar e a nossa Lexa estaria salva.
O famoso chá de Ionne que a nossa menina tomou, né? Oh gente, o que uma sapatão não faz por sua amada? Apesar da aparição breve no seriado, acredito que essa é uma das personagens inesquecíveis da trama, ela passou, não se demorou e marcou a todas nós.
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Guerreira, comandante, treinada desde pequena para governar, ela provou em pouco tempo a sua sabedoria e habilidade para estar a frente como uma verdadeira líder. Só queria deixar registrado que eu não assisti mais The 100 por conta dos fatos que sucederam a aparição da Lexa.
Santana Lopez (Naya Rivera)
Glee – Seria impossível essa lista não ter a icônica e inigualável Santana Lopez, uma jovem latina líder de torcida popular que acaba por entrar no clube do coral onde descobre sua verdadeira paixão – a arte!
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Uma das personagens de maior destaque em Glee, Santana tem a evolução de personagem mais corajosa, passeando por todo um processo de aceitação de si mesma e sua orientação sexual – que passa pela sua paixão adolescente e que perdura a série toda.
Deixo aqui, também, meus mais profundos agradecimentos pelo brilhante e inesquecível papel interpretado pela atriz Naya Rivera, que faleceu num acidente em julho deste ano. Naya, o seu legado vai ficar eternizado nas telinhas!
Elena Alvarez (Isabella Gomez)
One Day At A Time – Primeiramente, eu quero dizer que eu amo a Elena e segundo eu quero perguntar: quem não ama a Elena?
Ela é uma jovem adolescente do núcleo familiar dos Alvarez, uma família de origem cubana que vive nos Estados Unidos e atravessa uma variação grande de preconceitos, passando aqui pela recém-descoberta sexual da Elena também.
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Com um humor grandioso, a série mostra como Elena vai se descobrindo a si e ao mundo ao seu redor, com um suporte lindo da família e com experiências maravilhosas da personagem com seus romances e seu ativismo político.
Se eu morasse nessa série, amaria ser amiga da Elena. A série tem cenas impagáveis e só assistindo pra saber!
Adora
She-Ra e as Princesas do Poder é, com toda certeza, uma das minhas séries de desenho animado preferida de todos os tempos e tem meu coração todinho.
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Produzida pela DreamWorks Animation Television e estreada em 2018 na Netflix, a animação é um reboot de She-ra: a princesa do poder de 1985. Uma heroína que luta por liberdade e isso faz muito sentido quando situada dentro da proposta trazida pela versão mais atual.
She-ra é uma série com um elenco mais adolescente e diversificado. A história gira ao entorno de Adora e suas amigas que lutam pela libertação de Eternia da ditadura imposta pela Horda, e como pano de fundo, as relações que surgem ao decorrer da trama.
Umas dessas relações gays é a de Adora e Felina, que no início da série são amigas, mas que por conta de alianças divergentes, acabam se tornando grandes inimigas. E sim, a gente shippa e muito! Meio estranho no início torcer pra que essas duas acabassem juntas no final, por conta de diversas questões que vão desde a agressividade da Felina, à questões que estão mais relacionadas ao fato das duas terem crescido juntas e serem quase que como irmãs.
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No entanto, é perceptível que a Felina possui sentimentos bem confusos em relação à Adora e assim nossas esperanças só cresciam pra que esse casal acontecesse.
[Alerta de spoilers de She-ra]
E sim gente, a última temporada lançada em 2020 veio para alegrar os nossos corações e fazer esse amor acontecer e da forma mais linda que a série poderia ter feito. Adora tem a missão de salvar Eternia da Horda toda, um plano bem maligno de consumir toda a energia mágica do planeta e com isso ela acaba tendo que salvar a Felina que foi mais ou menos sequestrada. Lembrando que na temporada anterior, Adora quebrou a espada da She-ra. Não foi bem uma boa ideia, mas conseguiu ao menos impedir que Eternia fosse sugada por completo.
Vamos para o fim: a heroína, sem os poderes da She-ra, em algum momento precisava encontrar essa energia dentro de si mesma para acessar novamente a espada. É aí que ela descobre que a sua grande fraqueza é, nada mais e nada menos, a Felina (nós sabemos o motivo) e ela precisa vencer isso para ser a She-ra mais uma vez.
Batalha pra lá, batalha pra cá, Felina se alia a Adora, as duas vão em busca de deter a máquina que suga toda a energia de Etérnia, o que só é possível com o sacrifício da She-ra. Até que o momento mais lindo acontece: Adora se sacrifica e a Felina não permite que ela vá sozinha. É quando a nossa menina durona se declara para a sua amada e o beijo entre as duas finalmente acontece. Sim, a She-ra volta muito mais poderosa que antes e o amor salva Eternia, o amor entre duas mulheres.
Falamos demais dessa vez? (risos) Espero que vocês tenham gostado das personagens que escolhemos para lembrar da nossa luta, para ficarmos bem felizes pela representatividade em cena.
Contem aí nos comentários o que vocês acharam e quem vocês colocariam na nossa listinha pra que ela ficasse mais que perfeita.
Abraços mil!