Exposição ganhará destaque na Galeria Antonio Almeida do Palacete Gentil (Foto: Marcus Elicius/Divulgação).
A exposição Nós outras, que reunirá trabalhos das artistas visuais Ana Borges, Ana Louisa Lobo, Betânia Pinheiro, Graça Soares, Marlene Barros, Taís Jeburt, Rosilan Garrido, Romana Maria e Telma Lopes, será inaugurada nessa terça (10), às 19h, na Galeria Antonio Almeida do Palacete Gentil Braga (Rua Grande, 782 – Centro).
A mostra faz uma crítica com arte e criatividade à situação em que as mulheres são representadas nos dias atuais diante da sociedade em que vivemos.
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Segundo Marlene Barros, a mostra Nós outras reúne o trabalho de um grupo de mulheres que canalizam por meio da arte uma luta constante por respeito e igualdade num mundo de competição e luta por poder e fama.
“Elas encontram força umas nas outras, para resistir e transformar antigos paradigmas e crenças obsoletas sobre seus sexos, corpos, ideias, onde as tentativas de ocultar a voz da mulher potencializam as suas vontades de construir novos pilares da liberdade humana”, disse Marlene Barros.
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A orientação conceitual da exposição é o corpo feminino e seu desdobramento simbólico, tratando de questões relativas à violência, ao erotismo, a maternidade e todo tipo de sentimentos que já fazem parte da própria natureza da mulher, já que é também por meio desse corpo que os desejos femininos se manifestam é ele também que sofre e fica marcado pela violência.
“O título da mostra é uma crítica a situação atual em que a mulher é colocada diante da sociedade em que vivemos”, acrescenta Marlene Barros.
Em Cartaz
Segundo diagnósticos da filosofa Simone Beauvoir, as relações entre homens e mulheres estariam enredadas, por má fé, a uma relação de submissão e dominação dos homens que vêem a mulher e a querem como um objeto. A mulher não é definida em si mesma, mas em relação ao homem e é por meio do olhar dele, que ela é confinada a um papel de submissão.
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“E é este olhar que a categoriza como sendo o outro, uma categoria que se funda na mitologia e está presente desde as sociedades mais primitivas, nos levando a crer que a diferença sexual já nasce como uma forma de secundarizar o feminino e confirmar a lógica de que o feminino se define tomando o masculino como padrão”, observa a artista visual Ana Borges.
Simone Beauvoir
“Simone Beauvoir considera pejorativa a classificação da mulher como, o Outro. A mulher determina-se e diferencia-se em relação ao homem, e não este em relação a ela; a fêmea é o inessencial perante o essencial. O homem é o Sujeito, o Absoluto; nesta lógica ela é o Outro”, complementou Marlene Barros.
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A ideia é de que todos, homens e mulheres, o que quer que sejamos, devemos ser considerados seres humanos e transformar a maneira como enxergamos a nós mesmo e ao mundo, construindo um corpo político, que contesta e transforma o meio concedendo as mulheres os poderes para caminhar ao lado do homem, e não sob sua sombra.
*Com informações da Assessoria.