Música no universo indígena é o tema escolhido para o 22º Sonora Brasil

O Grupo Teko Grarani Mbya Guarani. Foto: Xadalu.

A musicalidade indígena toma conta de São Luís nesta semana, no período de 26 a 31 de julho. Com o tema A música dos povos originários do Brasil, a 22ª edição do projeto nacional Sonora Brasil traz à capital maranhense 11 apresentações de grupos indígenas de diferentes regiões do país, além de debates e exibição de filmes.

Toda a programação é gratuita e será realizada no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, no Anfiteatro Beto Bittencourt, Sesc Turismo e Sesc Centro.

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A música é um dos elementos mais ricos da cultura e arte indígena e uma porta de entrada privilegiada a um universo tão diversificado, mas ainda desconhecido. Com cantos, danças e instrumentos de cordas, sopro e percussão, quatro circuitos fazem parte dessa programação que é gratuita e tem classificação livre.

As apresentações musicais ocorrem de 28 a 31 de julho, no Anfiteatro Beto Bittencourt, localizado ao lado do Centro de Criatividade, em formato de circuitos.

O grupo Wagoh Pakob Paiter Surui. Foto: Ubiratan Surui.

Integram a programação os grupos tradicionais: Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani (RS) e Nóg gã, Kaingang (RS); Dzubucuá, do povo Kariri-Xocó (AL) e Memória Fulni-ô, Fulni-ô (PE); Opok Pyhokop, do povo Karitianas (RO) e Wagôh Pakob, do Paiter Surui (RO); e pelo grupo Wiyaé que reúne os trabalhos da artista indígena Djuena Tikuna (AM), da cantora e pesquisadora Magda Pucci (SP) e acordeonista Gabriel Levy (SP) do grupo Mawaca e da pesquisadora Diego Janatã (MA).

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O Grupo Wagôh Pakob vive na Aldeia Paiter da linha 9, em Rondônia. Além das canções tradicionais relacionadas a rituais, que relatam narrativas míticas e relembram momentos da história dos Paiter ou que retratam tarefas do cotidiano, os Paiter têm canções atribuídas à criação individual e cantadas somente por seus criadores.

A música tradicional do povo Karitiana, um dos muitos grupos indígenas do estado de Rondônia, é fortemente relacionada ao sagrado. Os anciãos são enfáticos nas orientações sobre a execução dos cânticos de proteção e de aplicação de remédios pelo pajé, que, por exemplo, devem ser cantados sempre da mesma forma e sem os instrumentos de sopro.

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Já o circuito Wiyaé apresentará um repertório de arranjos elaborados com utilização de instrumentos musicais não indígenas e o trabalho composicional e artístico de uma indígena da atualidade, mostrando as novas perspectivas sobre identidade cultural desses povos.

Sonora Brasil

Há 22 anos, o Sonora Brasil desperta o interesse do público para expressões musicais identificadas com a história da música brasileira, apresentando grupos que estão fora dos grandes centros culturais.

Programação em São Luís/MA

Data: 26 de julho/2019 (sexta-feira);
Abertura do Sonora Brasil;
17h – Palestra de Abertura: Trajetória do Povo Indígena no Maranhão;
Palestrante: João Carlos Pimentel Cantanhede;
Local: Sala de Multimídia do Centro de Criatividade Odylo Costa Filho – Ladeira do Comércio, 200 – Centro, São Luís – MA.

Data: 28 de julho/2019 (domingo);
17h30 – Sonora Brasil – A Música dos Povos Originários da Região Nordeste;
Grupo Dzubucuá do Povo Kariri-Xocó (AL);
Grupo Memória Fulni-ô do Povo Funi-ô (PE);
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA.

18h30 – Debate após apresentação com Grupo Dzubucuá do Povo Kariri-Xocó (AL) e Grupo Memória Fulni-ô do Povo Funi-ô (PE);
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA.

Data: 29 de julho/2019 (segunda-feira);
18h – Sonora Brasil – A Música dos Povos Originários da Região Norte;
Grupo Wagôh Pakoh do Povo Paiter Surui (RO);
Grupo Byiyyti Osop do Povo Karitianas (RO);
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA.

19h – Debate após apresentação com Grupo Wagôh Pakoh do Povo Paiter Surui (RO) e Grupo Byiyyti Osop do Povo Karitianas (RO);
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA.

Data: 30 de julho/2019 (terça-feira);
15h – Animação: A História de Zahy (Dir. Otoniel Oliveira);
8 min, 16 anos;
17h – Debate;
Mediador: Fábio Azevedo;
Local: Sala de Vídeo Sesc Turismo, São Luís – MA.

15h30 – Cine Sesc: Terra Vermelha de Marco Bechis;
105 min,10 anos;
Mediador: Fábio Azevedo;
Local: Sala de Vídeo do Sesc Turismo, São Luís – MA;
18h – Sonora Brasil – A Música dos Povos Originários do Rio Grande do Sul.

Grupo Teko Guarani do Povo Guarani Mbya (RS);
Grupo Nog GÃ do Povo Kaingang (RS);
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA;
19h – Debate após apresentação com Trajeto Percorrido pelo Grupo Nog GÃ do Povo Kaingang e Trajeto Percorrido pelo povo Grupo Teko Guarani do Povo Guarani Mbya;
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA.

Data: 31 de julho/2019 (quarta-feira);
14h – Oficina de Cantos da Floresta “uma aproximação com o universo sonoro indígena brasileiro”;
Ministrante: Magda Pucci;
Local: Sesc Deodoro Prédio Rosa Castro – Sala de Saxofone (Antigo Almoxarifado) – Centro de São Luís/MA.

18h – Sonora Brasil – Apresentação Musical Wiyaé (AM/SP/MA);
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA;
19h – Debate após apresentação com o Grupo Wiyaé (AM/SP);
Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA.

*As informações são do Sesc-MA.

Gustavo Sampaio é jornalista e radialista. Atua em São Luís como repórter, assessor de comunicação, produtor e editor. Já produziu conteúdo para Imirante.com, Rádio Educadora, O Imparcial, Volts, Governo do Maranhão. É editor-chefe do SobreOTatame.com, além de pesquisador musical e louco por animais.

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