De linhagem síria, mas com nome mais maranhense impossível (José de Ribamar) e sobrenome “pessoal-artístico” consideravelmente convidativo (Baleiro), Zeca, como o próprio se define: “Nasci em 11 de abril de 1966. Sou ariano, do terceiro decanato, com ascendente em Câncer e Lua em Capricórnio. No horóscopo chinês, sou Cavalo de Fogo”, intelectual tal qual os bons arianos, já mandou vários spoilers (autorais ou não) do maior Game Of Thrones da história da humanidade: a minha, a sua, a nossa vida – só que a gente não viu. Mas lá vão elas em quatro balas!
Por isso, “não acredito” em Zeca Baleiro mas…
1 – “Nada vem de graça/ Nem o pão, nem a cachaça”, Babylon
“Ai, morena, viver é bom”….e como! Esse lance de estar aqui na Terra e poder escrever capítulos bacanas (ou algo perto disso) deve ser o ingrediente motivador para sairmos de nossas camas todos os dias e promover transformação. Entretanto, moren@s, nada vem de graça. “Nadica” de nada. Nem um teco. Nem mesmo aquele shot de tequila para fazer o esquenta da noite – o que dirá nossos objetivos.
Digo isso subsidiada por Zeca-do-meu-coração porque, amigos, uma vida de atalhos não sabe o que é trajetória. Como não se tem uma linha reta, um caminho percorrido, a vida estruturada em desvios não oferece absolutamente nada: não há legado, só curvas – e curvas só constroem redemoinhos dentro de nossas cacholas. Não havendo legado, não há justificativas. Se não temos justificativas para seguirmos, qual o sentido MARAVILHOSO mesmo de se “morrer e continuar vivendo”?
2 – “Sinto arder a pele/Que me queima, é amor/E eu me peço calma/Quero acalmar meu corpo/Dentro da tua alma”, Último Post
Porque nem livro, nem escritor, nem revista, nem blog, nem novela, nem música, nem rede social, nem porra nenhuma será capaz de definir o que é ter o coração batendo forte por outro coração, que não seja a nossa sábia alma. O Amor é sublime e enigmático demais para se transpor aqui. Não temos nem caracteres, mas “bora” amando o que sobrar caminha junto. Dói menos, sabe.
3 – “Mundo velho/E decadente mundo/Ainda não aprendeu/A admirar a beleza/A verdadeira beleza/A beleza que põe mesa/E que deita na cama/A beleza de quem come/A beleza de quem ama/A beleza do erro/Puro do engano/Da imperfeição…”, Salão de Beleza
Recado para vocês: foquem nos cinco últimos versos! Sentem aqui: vamos continuar comer todas as possibilidades para amarmos sempre e errar o dobro, pois, sejamos francos: quanto mais imperfeição melhor.
“É tempo de novos erros”, já dizia um grande amigo meu, essa força motriz que move o mundo e nada exclui, apenas aperfeiçoa as possibilidades de nos fazermos “vivíveis”. Bonitos, já não sei, mas que ao menos sejamos aos olhos de quem interessar – principalmente aos nossos próprios olhares.
4 – “O cara mais underground/Que eu conheço é o diabo/Que no inferno toca cover/Das canções celestiais”, Heavy Metal do Senhor
Pergunta do ENEM (valendo sua concepção sobre o tal amor):
A razão para as nuvens negras (nas pessoas ou no universo no qual estas se encontram ou promovem) reside no fato de que:
- Tá faltando amor;
- Tá faltando ajuda;
- Both of them (Ambas as respostas)
Both of them, queridos, both of them.
Cada um de nós vive em um embate interior intenso. Não vamos negar. Não vamos mentir: sim, ele é demolidor. E essa intensidade de tão indenitária e singular não pode ser invadida de modo descompassado. Peça licença ou deixe licença:
Com licença, eu trouxe amor.