Domingo. Dia 3 de maio.
Dormi até tarde. Dormi até às 11h. Levantei aos poucos. Tomei meu café. Ajudei nas tarefas de casa. Quis ver um filme. Vi. Vi Um Crime de Mestre, com Anthony Hopkins e Ryan Gosling no elenco. Pausei o filme várias vezes. Terminei. Deitei um pouco. Conversei no WhatsApp. Convidei certas pessoas. Desconvidei mentalmente outras. Ignorei algumas. Fiz meu plano para as próximas horas.
Fui à um evento de rock. Cheguei na hora em que queria chegar. Cumprimentei quem queria cumprimentar. Encontrei quem queria encontrar. Avistei algumas que não esperava encontrar – e me surpreendi. Pirei como queria pirar. Curti como pensei em curtir. Saí. Fui embora na hora que me programei.
Fui ao cinema. Cheguei na hora que queria chegar. Assisti ao filme que queria assistir. Vi o filme da forma que queria ver – sozinho. Ri. Chorei (quase). Refleti. Saí da sala. Poupei tempo com bobagens. Fui embora.
Fui a um show em um shopping. Cheguei na hora que queria chegar. Encontrei quem queria encontrar. Cumprimentei quem quis cumprimentar. Cantei as (poucas) canções que quis cantar. Ignorei muitas (quase todas). Ignorei um famoso. Priorizei “desconhecidos” – meus amigos. Comi em um estabelecimento novo. Fui embora na hora que quis. Cheguei em casa.
Quis tomar café. Tomei. Perdi o sono. Utilizei as redes sociais. Vi séries. Conversei sobre novos projetos. Ignorei velhas “falsas” promessas. Ignorei meu corpo. Dormi (bem) pouco.
Vivi.
(…)
Domingo. Dia 3 de maio.
Fiz EXATAMENTE o que queria fazer.
*P.S.: Este é uma forma de reflexão às nossas prisões cotidianas – ignoramos o que gostaríamos de realmente fazer e acabamos nos envolvendo em situações que nos tiram todo o prazer. Desde domingo, posso dizer, não me meto em MAIS NADA que eu não queira fazer. E, assim, eu possa viver todos os próximos dias como o dia 3 de maio de 2015 – fazendo exatamente o que quero.
Agradecimentos especiais ao meu amigo e companheiro de SoT, João (Xoão – o mestre), sobre aquela conversa numa tarde atípica de março, em terras paulistas.
Gustavo, o seu texto realmente nos intima à configurar o “mindset” para o que deveria ser a forma padrão: valorizar a vida, como passagem onde devemos gerar valor e aproveitar tudo ao máximo, sem frescuras. É brilhante. Simples, direto, e reflexivo. Brilhante. Parabéns.
Que massa que gostou, Michel. Espero proporcionar a mesma reflexão nos demais posts. Abração.
Sonho com um dia que eu faça exatamente o que quero fazer… Muitas vezes, minhas amarras estão os outros, quer eles tenham consciência disso ou não. Não sei qual palavra traduziria isso para o português, mas tem muito self consciousness da minha parte rs
Uma das piores prisões são aquelas que não dependem só da gente – mas de terceiros. E, infelizmente, não é algo consciente. Mas viver é isso – tentar, arriscar…e quem sabe tu não consegue viver este dia que tu sonha. Abração Lari.
Tomara!! 🙂