O SOM QUE ROLA AGORA NO FUSCA 86 #8: Matheus Brant

Vou contar um segredo para vocês.
O fusca deixa cheiro de gasolina na roupa.
Sabe quando o cachorro marca território?
Então, não pense em comprar outro carro
enquanto tiver um fusca, ele é possessível
e, como pena, vai te deixar na mão.
Não, não comprei outro carro, não sou louc
o.

Carnaval já começou?

Todos os anos começam depois do carnaval, e quando o carnaval termina, o ano acaba. Nunca acho que alguém vestido de Papai Noel no meio de um bloco está ali à toa. O tempo anda correndo demais. Será que só eu me sinto assim? A impressão é que depois de um tempo a nossa capacidade de envelhecer se potencializa cada dia que passa.

Eu precisava de um mês para envelhecer 30 dias, agora parece que o mesmo processo acontece em menos da metade do tempo, uma semana e já tenho barba e cabelos brancos. Ando no fusca para esquecer a pressa. Tem dias que olho outro fusca e digo: “01 de janeiro de 1970, tudo normal por aqui.” O medo do tempo chega para todos.

Mas eu não venho aqui para falar das minhas angústias, eu trago notícias felizes. Andei comentando com alguns amigos de um som que me amarro, muito deles disseram que não conheciam, isso é um bom termômetro, meus amigos parecem a personificação de um jukebox, do samba ao rock, de A a Z, eles conhecem tudo numa velocidade incrível. Xeque! Peguei o rádio transmissor e vim correndo para cá.

A primeira música que ouvi do Matheus foi uma versão de um clássico do Exaltasamba, a diferença é que todas as vezes que o Exalta tocou, as minhas pernas se envolveram (sim, eu sei sambar), com o Matheus foi diferente, tinha algo mais íntimo na versão dele. Antes que você fique pensando: “tá, Pedro, é carnaval, eu quero colocar o meu bloco na rua”, quero olhar dentro dos teus olhos, ou quase isso, e te dizer que o Assume que gosta, o disco que eu quero que você conheça, é o álbum perfeito para você ouvir no carnaval. Aliás, vou colocar agora, o trânsito está pegado.

Com time de peso, Matheus Brant lança segundo álbum.

Influenciado pelo Carnaval, cantor e compositor mineiro gravou ao lado de reconhecidos músicos da nova geração.

Arrocha, axé, pagode e marchinha são as principais referências do álbum Assume que Gosta, que o músico Matheus Brant, de Belo Horizonte, lança em todos os serviços digitais e para download gratuito em seu site. (Fonte)

Matheus trouxe influências maravilhosas neste disco, tem axé, tem marchinha, tudo impresso na identidade de um jovem músico extremamente talentoso e detalhista (ouve aí a versão de abandonado e me diz se eu estou sendo exagerado). As produções dos clipes também consideram a qualidade do disco e são ótimas obras audiovisuais.

Agora tenho que ir à oficina, não sei se eu já disse isso, mas o fusca está numa reforma. Dói meu coração ver ele todo desmontado, mas é necessário. Eu disse a ele que o amava do jeitinho que ele estava, mas ele insistiu em fazer essa cirurgia plástica. Tinham coisas na estrutura que a ferrugem tinha tomado conta.

Espero que compreendam a minha saída.

Câmbio, desligo.

Designer de madrugada, Diretor de arte a tarde e músico nas horas vagas. Provador oficial de suco de uva integral, Pedro é um guri que desce a rua aos domingos num fusca 86 bege para fazer slack na praia. Idealizador do Instante Perdido e o filho mais novo do Sobre o Tatame.

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