É estranho como as pessoas têm um jeito diferente de ver o mundo, cada um tem sua forma única e especlífica de enxergar as coisas. É engraçado e decepcionante, ao mesmo tempo, por dois motivos: quando você mostra o seu jeito de ver o mundo para alguém, nem sempre a pessoa vai ter a empatia de olhar e vislumbrar aquilo com os mesmos sentimentos que você. Da mesma forma, você jamais vai conseguir ver o universo da mesma maneira e com os mesmos sentimentos de alguém.
Isso é ruim? Não, pelo menos não deveria ser. Afinal, você já imaginou quantas possibilidades nós teríamos de enxergar o mundo se compreendêssemos a visão das outras pessoas sobre ele? Era pra ser lindo, era pra ser uma ótima oportunidade de conhecer cada pedacinho, cada detalhe desse universo que nem sempre podemos perceber com os nossos próprios olhos. Nós deveríamos agradecer por todas as vezes que alguém nos mostrasse como é o mundo dela, como é o mundo para ela e, com isso, dar a oportunidade dessa pessoa vislumbrar como é o nosso mundo. Assim: sem pretensões, sem interferências, apenas apreciar a visão de cada um sobre determinada coisa.
Mas, infelizmente, não é assim que acontece. A verdade é que ficamos decepcionados quando vemos que o mundo para alguém nem sempre corresponde à mesma compreensão que temos. Ficamos tristes porque, da mesma forma como achamos estranho a forma de ver o universo de alguém, temos um enorme apego e apreço pela nossa própria visão de mundo. Levamos essa visão como a única correta e queremos que as outras pessoas vejam o mundo da mesma forma que nós vemos, em nossa completa individualidade.
É como se a sua visão do mundo fosse o seu filme preferido, um filme que você gosta muito mesmo, gosta tanto que decide mostrá-lo para alguém que você também tem muito apreço. Então você se empolga, faz propaganda do filme, “obriga” a pessoa a assistir ao filme e, no fim, aquela pessoa da qual você tanto estimava não gosta do seu filme preferido. Você sente um vazio, uma tristeza, como se aquela pessoa não gostasse de um pedacinho de você.
Seria muito mais fácil se viéssemos com um plug-in para visualizar o mundo de cada pessoa deixando de lado o nosso egocentrismo e individualismo. Temos essa mania horrível de querer ver as coisas sempre do nosso próprio jeito, mesmo sabendo que cada um tem um forma diferente de lidar com o mundo que o cerca. Nós somos seres complexos e a nossa complexidade é o que temos de mais precioso.
Nós – todos os seres humanos – somos assim: peças que não se encaixam. Somos diferentes na forma de pensar, na forma de ver o mundo, na forma de lidar com o mundo e de enxergar cada detalhe. Não podemos mudar isso, não podemos mudar o jeito que as pessoas nos veem ou o jeito com que elas lidam com seu próprio mundo, mas podemos compartilhar os nossos universos e compreender a visão que cada um tem do seu. Afinal, cada um de nós tem um pedacinho do mundo para oferecer.