Pelo Direito das Meninas

O mês de outubro é um mês de muitas causas, mas e o Dia da Menina? Você já ouviu sobre?

Ser menina não é fácil. Principalmente se pensarmos naquelas que estão à margem da sociedade: pobres, periféricas e em sua maioria negras. Segundo a pesquisa “Por Ser Menina no Brasil – crescendo entre direitos e violências“, realizada pela Plan International Brasil, na qual ouviu-se cerca de 2.000 meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do país, enquanto 81,4% delas arrumavam a própria cama, somente 11,6% dos meninos o faziam; 76,8% delas lavavam louça, contra apenas 12,5% dos meninos.

Essa diferença, que a princípio pode parecer boba, nos mostra tamanha discrepância no tratamento dado aos gêneros, o que acarreta em graves consequências para a vida das meninas. O mesmo acontece em mais uma série de atividades domésticas, que as impedem de sair de casa, seja para socializar ou para investir nos estudos.

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Outro aspecto de distinção está ligado ao crescimento dessas crianças. Quando elas começam a perceber as transformações no corpo, são impedidas, muitas vezes pelas próprias famílias, de sair de casa, pois já são “mocinhas” e é necessário que se resguardem para evitar certos constrangimentos.

Tal raciocínio pode parecer absurdo para nossa realidade, mas dados mostram que o Brasil é o quarto no ranking mundial de casamento infantil. As meninas se casam ainda muito novas, buscando alguma ascensão ou melhoria social. O que se constata, entretanto, é uma piora na realidade delas, pois muitas engravidam logo depois que se casam e acabam largando os estudos.

Esse comportamento, ainda que naturalizado por famílias carentes, vem enfrentando forte resistência por parte das próprias meninas. Muitas já entendem seus direitos e cobram perspectivas diferentes para suas vidas. Para reforçar a causa, no mês de outubro comemora-se o Dia da Menina, uma data para chamar atenção e lutar pelos direitos delas.

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A ONG PLAN International Brasil é uma das defensoras do direito das meninas, atuando fortemente no combate à violência de gênero. Na última sexta-feira (11), quando comemora-se o Dia da Menina, a PLAN realizou uma série de eventos em prol da causa. A campanha #MeninasPelaIgualdade é uma iniciativa global da ONG e busca chamar atenção para os lugares que elas podem e devem atuar.

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Parte da ação da campanha voltou-se para a ocupação de diversos cargos de poder, como a Secretaria de Direitos Humanos, a Assembléia Legislativa e até mesmo o Governo Estadual. Por um dia, essas meninas foram deputadas, diretoras e governadoras, mostrando que é possível ser menina e estar nesses espaços. Como o foco da campanha esse ano foi a representatividade na mídia, além desses cargos, estúdios de rádio e televisão foram também ocupados, sendo as garotas dos projetos, locutoras e apresentadoras em grandes veículos de comunicação.

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Se as meninas não se vêem representadas, como podem sonhar com esses lugares? Como podem se ver quanto merecedoras desses espaços? Essas perguntas guiaram a campanha da PLAN International Brasil, que realizou as ocupações em diversas cidades do mundo todo.

A ONG trabalha o empoderamento de meninas para assim garantir que seus sonhos e direitos estejam assegurados. O trabalho é realizado durante todo o ano, mas especialmente no mês de outubro os holofotes se voltam para elas. Por isso, em outubro, não se esqueça: comemora-se o dia da menina, por um mundo mais justo e seguro para todas.

A Plan International é uma organização não-governamental humanitária, sem filiação política ou religiosa, presente em 70 países. Fundada em 1937, em Londres, na Inglaterra, a Plan International é uma das maiores e mais antigas organizações pelo desenvolvimento das crianças do mundo. No Brasil a PLAN atua nos estados de Maranhão, Piauí, Salvador e São Paulo. Caso você queira ajudar a PLAN na conquista de um mundo mais justo, seguro e igualitário acesse: https://plan.org.br/

Nota editorial: o SobreOTatame.com é um site que produz conteúdos de cidadania, comportamento e cultura. Por meio dos conteúdos que publicamos, acreditamos na informação como força de educação e discernimento para uma sociedade inclusiva e transformadora.

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Júlia Antunes é comunicóloga e estrategista criativa com foco em mídias digitais. Desenvolve projetos na área da cultura, como o podcast Elas Criativas e o documentário Coreiras. Atualmente, assina o marketing digital junto do time SobreOTatame e é uma apaixonada por artes no geral.

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