Saber um pouco mais dessa eterna dicotomia que é a vida. Que abrange momentos bons e outros ruins. Não como uma enciclopédia dos dilemas e sair mais ileso do que somos sujeitos nas relações humanas, mas sim perceber mais as facetas da vida.
Respirar e contemplar mais a natureza por si só e das relações. Desde o sorriso de uma mãe para um filho, de um olhar curioso, da dor de perder alguém. E ganhar alguém. Do aroma de um deserto de sal, a uma cachoeira a alguns metros de mim, de um amigo de infância ou de um amor eminente.
Perdoar mais as pessoas que me fizeram mal, não como um bobo ingênuo, mas como um respeitador dos momentos diferentes que as pessoas vivem e entender que não, necessariamente, elas vivem no mesmo momento que vivo. Com consciência que não é fácil, mas fundamental se livrar desse câncer espiritual.
Chorar mais, não como um vislumbrado que não compreende a imensidão do universo lá fora e dentro de nós. Mas como se deixar abater de vez em quando com uma tristeza pontual para exorcizar por meio de lágrimas aquela aflição surreal presa dentro da gente.
Para aí sim, sorrir mais. Daquelas risadas que doem a barriga, travam o abdômen e traduzem tão bem um momento de alegria pura e êxtase da alma. E permitir-se saudoso ao recordar de momentos assim.
Compreender as singularidades de cada pessoa que você vê na rua e respeitá-la até quando ela te odeia, pois é de uma aquarela de sentimentos diferentes que compõe nossa imensidão nesse plano. Apenas, tente compreender.
E não compreender tudo. Se não enlouquecemos!
Viajar para conhecer lugares e as histórias que compõem aquele microuniverso de pessoas que fazem daquele lugar o que é. Mergulhar em corais, andar na mata, bater palma para o pôr do sol, se hospedar no pico de uma montanha com milhões de estrelas acima de nós, acordar de madrugada e ver o dia amanhecer. Aprender outro idioma, reaprender o nosso idioma, conhecer o quintal de casa. E sem esquecer-se de viajar dentro de si mesmo, reconhecer quem somos de verdade.
Porém, não custa nada se perder, em um lugar novo ou dentro de um mar de sentimentos e pensamentos. Pois o melhor de estar perdido é encontrar-se novamente.
Ganhar. O melhor sabor não é da vitória em si, mas da jornada que resultou no fim de uma etapa. Pois mais importante que o resultado, é o aprendizado. Fácil é iniciar algo, difícil é terminar.
E queria eu realizar. Não apenas realizar, mas praticar dentro de cada encontro inédito do mundo a alegoria que é vivenciar a sutileza, a despedida, o reencontro, a partida. Para lembrar não como remorso, mas com orgulho do ser incompleto que fui à busca de uma singela versão melhor do que fui ontem.
E vamos indo. Eu quero e posso. Cê também cara…
A sensação pós-leitura é a de que se tem uma mão estendida, logo adiante, gesticulando como quem diz:
– Vem comigo!
É isso.