Se eu fosse você, não perderia o Festival BR 135 em 2019

Multidão lotando o Centro Histórico de São Luís na edição 2018 do Festival BR 135 (Foto: Laila Razzo/Reprodução/Facebook).

Novembro, para mim, sempre vai ser aquele mês de expectativa e muita ansiedade. E a culpa é do Festival BR 135.

O comichão começa com a divulgação das primeiras atrações. É sempre eita atrás de eita e, esse ano, não é diferente. Como não sentir palpitação sabendo que a diva maravigold, Xênia França, estará questionando a plenos pulmões “Por que me chamas?”, de graça na praça? Como não dar aquela reboladinha marota com a voz interna cantando “Tá de shortinho/Bem coladinho/ Tá bem safado/Descaradinho”, de Àttooxxá?

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Logo em seguida, começa a segunda etapa de euforia: hora de articular com os amigos quem vai, quando vai e como vai. Tudo tem que estar devidamente orquestrado, para não perder nenhum show importante. Tarefa quase impossível, visto que são muitos e por que tão bons?

Poucas horas antes do evento, a ansiedade aumenta. Momento de providenciar o glitter para besuntar a cara, fingir estilo e costume, escolher a roupa mais colorida e alegre, e separar a graninha das biritas e do churrasquinho, para comer sentada na calçada, no final da noite.

Devidamente preparada, rumo ao BR 135!

Show do Getúlio Abelha na edição 2018 do Festival BR 135 (Foto: Laila Razzo/Reprodução/Facebook).

Esse festival, que, para mim, não significa apenas curtir boa música, de graça, em lugar público, ao lado de pessoas das mais diferentes classes, cores e credos.

O BR 135 significa encontrar amigos, dançar como se não houvesse amanhã e como se meus joelhos de mais de 30 anos tivessem apenas 20.

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Este festival é um momento de beijos e abraços calorosos, trocados na correria entre um show e outro. É encontrar aquela pessoa amada, que a vida afasta, e ser recebida com um abraço que tira teus pés do chão.

É ver os amigos músicos dando show de profissionalismo no palco e animando uma plateia gigante. É ver uma multidão curtindo música maranhense com a alma, colocando o “Special Power” para fora e dançando coladinho o reggae TQT”, na voz suave de Paulão.

O BR é aquele festival que você olha para o line-up e se vê porque está todo mundo lá: a mulher negra periférica, a drag queen mitológica, o integrante de bumba meu boi…

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Esse será mais um daqueles fins de ano vazios, pois não viverei toda essa ansiedade pelo BR 135. Estou longe demais de todo esse amor. Por isso, peço: vá ao BR 135!

Curta os shows, abrace, beije, ame, coma churrasquinho no final da festa, ocupe o espaço público e apoie a cultura local. Ser feliz em tempos de ataques à essa cultura rica, mista e linda que temos é se posicionar.

Nunca foi tão político ir a um Festival BR 135.

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Jornalista por paixão e formação; doutoranda em Jornalismo, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); e mestre em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Maranhão (UFSC). Fascinada por imagens, lugares e pessoas. Feminista desde criancinha!

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