Não sei vocês, mas comigo existem dias em que voo baixo e outros que voo alto, e, nesses picos de emoções, acabo me pegando em inúmeros questionamentos com o intuito de saber qual é a real aqui nesse plano. Nisso, vejo que vamos assim, trilhando caminhos, caindo em becos e guardando aquela sensação de descoberta contínua. Mesmo que inconscientemente, semeando em terrenos que ora são férteis, ora são difíceis de plantar. É sobre raízes e relações que vamos conversar aqui.
Para tentar ilustrar de maneira simples que irei abordar aqui, vou dividir em três momentos este post: existência, mar de emoções e sintonia.
E, por favor, não encare esses pontos como uma viagem ou pensamentos soltos que passam longe da nossa realidade.
Existência
Acho que é consenso que somos arquitetos de cada experiência que vivenciamos, em que haverão momentos que estaremos por cima e outros por baixo. Além das fases que parecem nunca passarem e o ciclo vicioso da eterna insatisfação.
Navegar por isso e se equilibrar é fundamental nessa jornada, pois dos tumultos internos e harmonias temporárias que acontecem no nosso interior é parte inerente nossa. Somos apenas nós com nossos anseios e medos. E esse ‘lugar’ aonde pairam os questionamentos, experiências, aprendizados e erros são partes da nossa existência.
Essa existência é algo muito amplo e ao mesmo tempo bem simples, porque somos eternos inquietos, sempre exploradores e conquistadores dessa sequência de encontros inéditos.
Então antes de disparar dramas e se vislumbrar sobre a vida, busque apenas equilibrar-se na vida sempre questionando se você vive ou existe.
Mar de emoções
Moro em uma cidade que é uma ilha, em que estamos de frente para outra e a travessia entre elas demora cerca de uma hora e meia. E apesar de ter ido com uns amigos, busquei meus momentos de solitude sobre como a turbulência e a calmaria do mar que estava entre as duas ilhas era tão similar aos altos e baixos que falei lá no primeiro parágrafo desse texto.
Uma pergunta: você consegue listar quantas emoções se debruçou no dia de hoje? Uma, duas três, quinze? Não temos esse costume, apenas o de abraçar os ruins e esquecer dos bons.
Esse mar de emoções que habita e coexiste com a gente, tem uma função muito similar com a natureza e sua imensa alegoria. Que é a de mostrar o tamanho de nós, o que vivemos, nossas relações e como vamos encarando as etapas e desafios de ser apenas nós mesmos.
Esse mar interno muito se assimila com o mar da natureza, pois seja em uma calmaria ou caos de água imponentes, é essa inconstância que nos faz seres únicos e incríveis de operar a complexidade da vida.
Então não se diminua por isso, abrace e descubra o quão incrível você é e pode ser.
Sintonia
Ou leia-se: vibração.
Desde que passei frequentar os encontros da SGI – que é uma linha do Budismo -, muitas concepções e uma amplitude a mais se tem feito presente nos questionamentos que, inevitavelmente, permeiam meu cotidiano.
Naturalmente quando tu mais mergulhas no mar do desconhecido, mais coisas encontramos e mais mistérios vamos colecionando, em que é muito importante não mergulhar tão fundo e deixar que as coisas aconteçam no seu devido tempo, sem pressa, apenas na calmaria.
Escolhi a palavra “sintonia” porque ela traz algo poderoso.
No campo do amor, em relacionamentos ou laços, é incrível quando acontece àquela surpresa agradável, seja lá ela for. Pois é incrível a energia que acontece quando tu topas com pessoas leves, simples e transmitem uma paz absurda com um singelo ‘Olá, tudo bem?’. É dessa sintonia que estou falando.
As coisas andam tão loucas nesse mundo de extremos que atitudes e detalhes assim te fazem perceber que de antemão, quem carrega sutileza é tu. Então agarre isso, esses detalhes.
E o que isso tudo tem a ver com as sementes que plantamos e os terrenos que cultivamos?
Pois colhemos o que plantamos, nem menos e nem mais. E é fundamental entender que algumas coisas, por mais que a gente queira, não irão frutificar a maneira que imaginamos por, talvez, não ser ainda o momento ou nunca será também.
Por fim, compartilho algo fundamental: isso não tem absolutamente nada de errado. Então antes de se perder por entre frustrações ou “vislumbramentos”, experimente apenas entender que é preciso respeitar o seu próprio universo e o ritmo que ele tem. Porque aí sim, o seu exterior vai ter uma calmaria mais coesa.