Que saudade de amanhecer na Capela de São Pedro, hein? (Foto: Aline Alencar/Reprodução).
O encontro de bois na Capela de São Pedro, no bairro Madre Deus, no Centro de São Luís, não é somente caracterizado pela festança, mas pela reunião energética de uma emoção dificilmente explicada em palavras.
Contudo, não me emociona somente a devoção e a fé das pessoas que todos os anos estão ali, na virada do dia 28 para o dia 29, dia de São Pedro, para agradecer e realizar novos pedidos. O que me emociona vai além. É o dia que eu lembro daquele que fez parte das 12 pessoas que acompanharam Jesus em sua caminhada na Terra.
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Pedro, que é de Rocha, representa essa fortaleza que todo ser humano precisa ser em nome da sobrevivência. Mas toda rocha também sofre as fissuras do tempo e das intempéries. A gente também vacila e muito na nossa fé.
Quando Pedro tentou seguir Jesus sobre as águas, por um instante teve medo, chegando a afundar. Ele representou todos nós, que em muitos momentos tememos a caminhada e tropeçamos, afundamos.
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Mas também representa o mais importante: ainda que haja esses momentos de fissura, temos aquela mão que nos ergue e nos adverte para termos mais fé. A mão de Jesus.
Humilde como todo pescador, Pedro representa todas as pessoas humildes que vivem da pesca, mas que tratam a natureza como sua amiga e fiel companheira. Entendendo seus ventos, sua calmaria, sua intensidade, seus sinais.
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A chegada dos barcos em homenagem ao santo, assim que amanhece, no dia 29, é de emocionar até os corações mais duros e descrentes. Porque a vida é esse sutil caminhar entre a resistência e a brandura do coração.
Viva São Pedro!
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Aline Alencar é maranhense, nascida e criada em São Luís. Graduada em Comunicação Social, habilitação em jornalismo, pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior e divide a vida séria de adulta com música, filmes, animes, séries e com doses de política de boteco para ensandecer. Uma eterna saudosa da MTV dos anos 2000. Twitter: @ahhhline_ / Instagram: @alheeene.
